Após o processo de elaboração dos vãos das portas, esquadrias e demais aberturas nas paredes da obra em questão, os elementos estruturais do segundo pavimento começaram a ser executados: pilares, vigas, cintamento para recebimento da laje de cobertura (não deixa de funcionar como viga), as ligações entre elas, etc.
As armações foram amarradas, posicionadas, as formas dos elementos estruturais foram executadas e posteriormente preenchidas com concreto.
No segundo pavimento, diferente do primeiro, as paredes foram aproveitadas como base inferior das formas dos elementos estruturais. Esta opção teve o intuito de economizar tempo (mantendo a continuidade dos serviços) e aproveitar a maior parte possível da madeira utilizada até então (madeira das formas executadas na estrutura do primeiro pavimento).
Observação: Na verdade, uma parte da alvenaria do segundo pavimento trabalha de forma estrutural, a qual recebe cargas das vigas que compõem o cintamento que suporta e distribui as cargas da laje para os elementos do segundo pavimento. Outro detalhe é que parte da estrutura do segundo pavimento (as amarrações dos pilares) foi executada juntamente com a elevação da alvenaria. Lembrando que toda a execução da obra segue projeto estrutural devidamente elaborado por um profissional capacitado.
O primeiro passo foi a amarração das armações estruturais dos pilares às esperas deixadas para ligação com a estrutura do andar inferior. Esta etapa foi executada de forma simultânea à elevação da alvenaria, que serviu de “forma” em duas das laterias para os pilares.

Em seguida, as armações das vigas foram executadas (amarradas no canteiro de obras ao invés de compradas, dando continuidade de ações ao serviço) e posicionadas.

As formas foram então executadas para a concretagem das estruturas que posteriormente receberia a laje de cobertura. Onde haviam vãos grandes e sem apoio, as formas foram executadas integralmente, apoiadas sobre escoras.
Note na imagem abaixo a forma executada sobre a parede ao fundo, aproveitando a última como base para concretagem.

Na imagem abaixo é possível ver à esquerda, a viga sobre um vão concretada até o ponto de união com a laje e escorada, ao fundo existe uma viga invertida que será concretada posteriormente com a laje e à direita, a viga sobre a parede já concretada e desenformada.
Durante a concretagem das estruturas, várias paredes foram chapiscadas, iniciando a etapa de revestimento das mesmas para ganhar tempo. Assunto que será apresentado futuramente, em outro post.
A estrutura do segundo pavimento possui alguns aspectos executivos diferentes aos utilizados nos processos do primeiro pavimento. Um ponto interessante foi a adoção da concretagem em duas etapas, utilizando/gerando junta de concretagem, geralmente não incentivada em várias situações mas, ainda assim permitida.
A junta de concretagem nada mais é que a emenda gerada pela continuação de uma concretagem prévia, já seca, interrompida por alguma razão ou programação prevista em plano de concretagem. É abordada na NBR 14931, que trata da execução de estruturas de concreto armado – procedimento (principalmente no item 9.7 – juntas de concretagem), com referência também na NBR 6118, que trata do projeto de estruturas de concreto armado – procedimento. Sua execução segue as orientações de aderência e adensamento descritas no itens pertinentes das normas citadas. (leitura muito indicada).
Para mais informações sobre as juntas de concretagem consulte referência neste link e consulte as NBRs citadas (principalmente o item 9.7 da NBR 14931, que descreve bem o processo porém, não cabe aqui transcrição).
O procedimento em si, é bem parecido com o de ligação de algumas estruturas pré moldadas e a laje fica engastada na viga ao final do processo, como se tivessem sido concretas juntas em apenas uma etapa.
OBs: Apesar de ser bem comum nas práticas construtivas do dia a dia, vale frisar que a NBR incetiva que o processo de concretagem seja, preferencialmente, elaborado em apenas uma etapa. Mesmo que disponha condições para a prática das chamadas juntas de concretagem.
A viga invertida mencionada anteriormente no texto, se situa logo acima do bloco dos banheiros sociais (lavabo no primeiro pavimento e banheiro social no segundo) e parte da suíte, fazendo parte do trecho estrutural que fica abaixo da caixa d’água. Esta opção de viga foi adotada para evitar interferência na uniformidade da laje de cobertura do segundo pavimento (isto do lado interno do ambiente), principalmente pelo fato de não haver previsão de rebaixamento na área dos quartos no segundo pavimento.

O passo seguinte ao processo apresentado até então, é o posicionamento da laje (pré moldada no caso) e sua concretagem. Assunto a ser tratado no post seguinte.
Referências externas:
- http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/como-fazer-a-aderencia-entre-concreto-novo-e-velho-possivelmente-83807-1.aspx
- NBR 14931 – Execução de estruturas de concreto armado – procedimento
- NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto armado – procedimento
Gostou do post? Agregou valor? Deixe suas consideração ou dúvidas e compartilhe com quem tem interesse pelo assunto também!
Aproveite para seguir o blog e cadastrar seu email na lista vip. Basta clicar em follow e inserir seu email!