Ao contratar um profissional, muitas pessoas não sabem qual o processo de produção e a ordem desse processo. Não sabem como tudo vai acontecer. Muitas dúvidas e inseguranças tomam partido, como: “- será que vai ficar como eu quero, será que vou gostar?”. Principalmente se for o caso de um cliente em “projeto de primeira viagem”. Naturalmente a inexperiência traz insegurança.
Da mesma forma, do outro lado da moeda, muitas vezes o profissional não consegue deixar claro o seu método de trabalho, que tipo de informações precisa ou mesmo tem dificuldades de exigir do seu cliente os detalhes necessários para o briefing perfeito (escopo).
Bom, a chave para qualquer tipo de troca é a comunicação. Quanto mais clara for a informação de cada lado, seja sobre expectativa, interesses, método de trabalho e produtos a serem apresentados, melhor será a interpretação dos envolvidos e melhores serão os resultados.
Para facilitar essa comunicação, seguem 6 dicas inteligentes para você receber o melhor projeto do seu arquiteto!
Bom, é impossível que seu novo profissional preferido faça o que você espera se ele não souber o que você espera (óbvio, né?). Se você não explicar com detalhes suas expectativas e necessidades, elas simplesmente não serão devidamente atendidas.
Em síntese, um planejamento precisa de um objetivo concreto e bem definido a fim de atender a uma demanda, se não houver clareza quanto a este objetivo, a produção provavelmente será deficiente quanto a algum aspecto de interesse, por mais que seja coerente essa produção.
Cada arquiteto tem seu método de trabalho e o cliente deve deixar que ele trabalhe conforme sua experiência, deixar que o profissional conduza o processo. Existem várias metodologias de trabalho e todas tem o mesmo objetivo: atender a demanda da melhor forma possível.
Observação: Obviamente, a comunicação deve ser sincera. Se não for, o resultado do planejamento não atenderá a realidade esperada, mesmo que seja coerente.
Dica 1 – Saiba seu objetivo de verdade
Essa é a dica mais importante. Este post poderia ser todo sobre ela.
Cliente algum conseguirá explicar seu objetivo se não souber realmente o que quer e porque está investindo. Cada um tem uma forma de apropriar de um espaço e uma forma de internalizar o significado daquele espaço. Por isso, para que haja personalização do resultado, deve haver personalização do objetivo.
Seu objetivo deve responder a duas perguntas: o quê e para quê? (como, quem responde de fato é o arquiteto).
Exemplos de o quê: uma casa, um espaço de lazer, uma sala de estar, uma loja, uma pista de caminhada, um condomínio, etc.
Exemplos de para quê: (casa) Para minha família de 4 pessoas (descrever indivíduos, estilos de vida, rotinas e preferências de cada um), (loja) para vender sapatos (descrever tipo de calçados, público alvo, metodologia de vendas, horário de funcionamento, expectativa de mostruário, estoque e detalhes relevantes), (piscina) para atender um interesse que hoje não é atendido (como utilizar em finais de semana, receber netos, festejar, praticar, etc.), etc.
Sucintamente, seja comercial ou residencial, estude qual o seu perfil e o que espera da sua edificação/espaço. Qual sua rotina e o que você precisa a longo prazo?
Dica 2 – Seja sincero quanto ao que gosta mas deixe que seu arquiteto traduza isso da melhor forma
Seu objetivo responde o quê e para quê. Como cabe a seu arquiteto. Ele quem vai estudar, a partir de técnicas e informações diversas, a melhor forma de atender essa demanda.
Não é porque você gosta de roxo que tem que ter uma sala toda roxa. Elementos saturados causam muito incômodo a longo prazo, principalmente elementos com traços marcantes. A tendência depois de um tempo é você enjoar do tal elemento e não o querer. Levando a contínuos ciclos de renovação.
Deixe claro do que gosta. Também deixe que seu planejador preferido interprete essa informação a traduza da melhor forma possível para atender a demanda. Ele pode te surpreender.
Dica 3 – Fale seu real orçamento
O planejamento é um processo que requer um limite. Se este limite não estiver claro e explícito, ele não será atendido. O trabalho é técnico, portanto envolve aspectos técnicos como conhecimentos sobre recursos disponíveis para implicar em escolhas dentro da realidade.
Alguns clientes não gostam de se expor, mas lembre-se, sem informação não há precisão.
Dica 4 – Saiba que cada escolha implica em uma renúncia.
Não se pode ter tudo. Cada elemento e combinação de elementos tem um limite e sua própria demanda para existir. Requisitos opostos vão implicar na anulação de um deles em alguma situação específica.
Lembre sempre que o resultado deve ser coerente e harmônico ao atender uma demanda. Porém esta demanda deve ser exequível, pautada na realidade.
As vezes é necessário escolher entre o sofá reclinável ou a mesa de centro, entre a cozinha integrada com a área de lazer ou mais privacidade, ter uma vista linda ou a brisa de uma ventilação cruzada, gastar pouco ou ter exatamente o que quer.. e por aí vai.
Acredite, seu arquiteto sabe o que é mais viável e o que diz quando explica que não dá ou que é isso ou aquilo. (depois não diga que não avisei).
Dica 5 – Confie em seu arquiteto, ele estudou sobre o assunto e sabe mais do que você sobre planejamento arquitetônico.
Parece polêmico mas é simples. (A frase foi proposital para chamar atenção!)
Alguns clientes acham que por saber o que gostam, o que sentem em relação a algo, sabem a melhor forma de traduzir isso em resultado, em transformação do espaço. Contudo não sabem todos os fatores e técnicas envolvidos.
Não tente controlar o processo. Você dita o objetivo e confirma se ele foi atendido, porém o estudo de como ligar os elementos e a técnica para chegar a este objetivo vem do profissional.
Quando um profissional lhe apresenta uma opção, ele já estudou várias formas de intervir no espaço a fim de atender a demanda e considerando os fatores externos que influenciam nessa intervenção, desde legislação à fatores ambientais. Isso significa que ele já sabe exatamente qual a consequência da maioria das escolhas e qual a renúncia implícita a cada uma, também.
Se a informação da demanda for precisa, pode ter certeza que o resultado será uma das melhores opções possíveis de atender a essa demanda.
Obs: Qual sua profissão? Já passou por isso do outro lado da mesa?
Dica 6 – Questione para ter respostas, não para provar que está errado.
É muito importante ter segurança nas escolhas e no resultado de um planejamento. Sempre que tiver uma dúvida, questione. É isso que deve fazer.
As dúvidas irão aparecer e respostas são necessárias. Contudo, cada escolha tem um porquê e uma função no conjunto. Mesmo que não concorde com uma escolha isoladamente, você pode entender que é a melhor opção para a situação se entender o papel desta parte no todo. Para isso, questione o porquê da escolha, assim entenderá como aquela engrenagem faz a maquina funcionar.
Dica extra: Se você chegou até aqui, então merece uma dica extra!
Aí vai: não existe bom, rápido e barato. A qualidade requer estudo e aprimoramento, requerendo consequentemente tempo. A moeda do arquiteto é a técnica em função do tempo para obter qualidade.
Portanto, não deixe seus planos para última hora e sempre invista o máximo de tempo que puder na fase de projeto, este tempo que vai garantir que as melhores escolhas sejam tomadas para a situação.
Para finalizar, o processo de planejamento de um projeto é um processo técnico. Envolve o uso de técnicas e interpretação de fatores diversos a fim de atender uma demanda. A arte e beleza do trabalho está em traduzir tudo isso em resultado de forma harmônica, funcional, criativa, inteligente e única.
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