A fundação é uma das etapas mais importantes da obra, além de ser a base de sustentação que transmite os esforços da estrutura para o solo, o que requer um dimensionamento qualificado para resultar na devida estabilidade e durabilidade do sistema, também é responsável por uma parte significativa do orçamento da obra.
A fatia estrita da fundação, configurada pelas cintas, sapatas e estacas, representa de 3 a 7% da obra, uma variação de mais de 100% que, claro, depende do porte da obra e fim. Um fator determinante neste ponto é a existência ou não de um projeto estrutural. Em resumo, a falta de um projeto estrutural implica em gastos muito significativos, prejuízos e desperdícios. Para não falar dos riscos.
Porquê? Simples: é só responder, como você vai fazer o que deve fazer se não sabe o que deve fazer de fato? Em palavras aplicadas ao tema, como deve ser a distribuição dos elementos e a resistência da sua fundação para sustentar a estrutura da casa que você não calculou quanto vai exigir desta fundação?
Bom, sem um projeto geralmente há superdimensionamento (se for este o caso, menos pior, porque se for subdimensionamento a coisa irá ficar feia). Se há superdimensionamento há:
- Desperdício: provavelmente irá comprar mais do que precisa, porque não saber o quanto precisa.
- Gasto excessivo com material: o aço é vendido no kg. A diferença de custo de uma barra de 10mm para uma de 12mm é em torno de 35 a 41%. Só o uso de uma barra de aço indevida pode representar um grande prejuízo
- Gasto extra com horas de trabalho: sem um objetivo definido, há procrastinação e dúvida.
Enfim, estes são apenas alguns pontos para ressaltar que não se deve executar uma obra sem projetos, sejam eles arquitetônico ou complementares (estrutural, hidrossanitário, elétrico).
Na obra exemplo apresentada para exemplificar a cronologia das etapas da obra, a fundação é uma fundação mista que envolve sapatas e estacas, sendo as sapatas ligadas pelas cintas (ou vigas baldrame).

O primeiro passo é a marcação da fundação a partir do gabarito de obra. Esticam-se as linhas de nylon sobre os eixos e identifica-se o posicionamento dos elementos de fundação.
Feita a marcação dos eixos da fundação e a identificação de seu elementos, são marcados os pontos de furação das estacas, a partir de seus eixos. No caso, utilizamos uma cavadeira manual articulada, para deixar o início do buraco furado e não correr risco de perder o ponto com a movimentação das maquinas e envolvidos (repare na parte inferior da imagem abaixo).

Daí é só perfurar conforme projeto. A furação mecanizada foi adotada como opção e tem um custo benefício muito significativo em função da agilidade de execução e precisão.
Para evitar perda de resistência da cavidade dos buracos perfurados e consequente desmoronamento, principalmente devido a proximidade um do outro, os mesmos devem ser preenchidos assim que executados.
Existem duas formas muito boas de fazer isso, dentre outras, claro:
- Utilizar uma maquina que perfura e preenche ao mesmo tempo (opção onerosa)
- Utilizar uma técnica de perfuração alternada que permita o preenchimento de parte dos buracos perfurados enquanto outros são perfurados. Ex: perfuram-se 4 de 8 buracos das estacas de uma sapata X, enquanto são preenchidos de concreto 4 de 8 buracos de uma sapata Y, previamente perfurados, sendo que os 4 restantes serão perfurados após o preenchimento.

Ao fim da perfuração e preenchimento, as valas das sapatas são cavadas, à mão no caso, até a cabeça das estacas e o fundo das sapatas são preenchidas com concreto.
Pronto, agora é só partir para a próxima etapa da fundação no próximo post sobre o assunto.
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Credito da imagem de capa: http://www.freeimages.com/photographer/iboff-29910