Dica: Como se preparar financeiramente para construir

A construção civil é um processo complexo e que envolve vários níveis de informação (inclusive multidisciplinares), várias etapas, muitos detalhes, serviços e produtos, que estão sempre variando de acordo com o mercado.

Ter uma previsão de custos precisa a fim de se preparar financeiramente para construir, depende de um planejamento técnico preciso do objeto a ser construído para que este sirva de informação mensurável e orçável. De fato, é necessário saber objetivamente o que orçar para orçar.

Conceitualmente, entende-se aqui, preparar-se financeiramente para construir como prever uma reserva de recursos financeiros destinada a construir. Seja essa construção residencial ou comercial.

Importante: O texto se atém a construções completas, iniciadas desde a etapa de planejamento, não a reformas ou conclusões de construções parcialmente ou totalmente executadas.

O processo preciso

Construir pode ser comparado com comprar um produto em partes: seu planejamento, suas “peças”, sua montagem, legalização, etc.. são partes do objeto final a ser construído. Essas partes devem ter um custo específico identificável. Em termos financeiros, tudo no processo construtivo mensurável, é orçável. Se é orçável, é possível prever custos para prever reserva necessária para execução.

Por outro lado, a idealização da construção parte inicialmente de conceitos subjetivos e não orçáveis com precisão. Esses conceitos subjetivos são partes de uma demanda em função de uma necessidade num contexto.

O que isso quer dizer?

Pessoa com Dúvidas - Ilustração

Um lar é um exemplo da conceituação partir da subjetividade: Lar é um conceito, pode ser correspondido de várias formas, sem sequer ser uma casa para morar, necessariamente. Um casa para morar também não é uma informação precisa, já que pode ser em vários locais, com diversas características. Até mesmo as características de uma casa qualquer não são objetivas o suficiente: 2 quartos, uma sala, cozinha, banheiro e área de serviço. Quais as dimensões e disposições dos ambientes, qual o sistema e padrão construtivo, em que cidade (esta última pergunta corresponde ao contexto: mercado e afins)?

Enfim, o interesse em prever uma reserva de recursos, requer um mínimo de informação objetiva e mensurável para tal. Então, é fundamental transformar o subjetivo em objetivo e mensurável. E este é o conceito chave de se preparar financeiramente para construir.

A forma ideal e precisa de transformar algo subjetivo em objetivo na construção civil é planejando. E quanto mais minucioso e detalhado for este planejamento, maior o nível de precisão, tanto executiva quanto mensurável.

Imagem Grátis de Em Construção - Página Web ou Projeto em Co

O planejamento arquitetônico tem como característica transformar o subjetivo, a demanda, em algo objetivo e mensurável. Isso a partir de interpretação e técnicas que podem ser ainda mais valorizadas e realçadas pela criatividade. O aprofundamento do projeto arquitetônico, a partir dos projetos complementares (estruturais, hidrossanitário, elétrico, etc.), aumenta a precisão da informação do objeto a ser construído e torna todos os seus itens identificáveis e mensuráveis, consequentemente orçáveis.

Saber onde está um pilar, é diferente de saber onde ele está, quais suas dimensões em função de quanto deve suportar, qual a ferragem a ser utilizada no mesmo, a amarração desta ferragem, a resistência necessária do concreto (que irá gerar um traço e consequentes quantidades de cimento e agregados), etc.

Então, é necessário tornar objetivo e específico o objeto a ser construído para quantificar as partes e assim possibilitar orçar cada item, gerando uma previsão de custos de precisão elevada.

Para tal, existem profissionais na área de construção civil que se especializam na tarefa de orçamento, executada a partir das informações geradas pelos projetos. Tarefa que não é tão simples assim. Alguns itens são de identificação mais difícil, como o concreto a ser utilizado em cada parte específica da construção, seja ele estrutural ou não. Isso por se tratar de um produto que é uma mistura composta: cimento e agregados (areia e brita), onde cada quantidade de cada “ingrediente” da mistura corresponde a uma resistência, ou seja, é necessário calcular as quantidades em função da utilização esperada da mistura para saber quanto será necessário de cada material.

Assim como no caso dos planejamentos específicos complementares, contratar algum profissional para executar um orçamento preciso trata-se de um investimento que apesar do custo inicial, proporciona controle e economia significativa no custo total de investimento na construção. Se um único item pode ter variação de mais de 100% no mercado, é possível imaginar o quanto vários itens com variação de 1 a mais de 100% agregados podem significar de variação no contexto global (sem sequer apresentar os estudos específicos que comprovam as médias de prejuízos de construções com pouco planejamento). Uma construção pode trabalhar com valores muito altos, onde 8% de variação num investimento de 240 mil reais, significam 19,2 mil reais (que podem estar do lado do prejuízo ou do lucro).

A opção de contratar alguém especializado em orçar obras acaba sendo mais utilizada em construções de porte mais significativo, com maior valor de investimento, onde a economia pode ser mais expressiva. Este tipo de informação pode ser muito útil tanto para prever gastos quanto para se manter dentro do orçamento.

Pré orçamento médio

Acima foi citado o caminho ideal de previsão de custos de investimento, onde planejamento é utilizado para gerar aprofundamento de informação e consequente precisão num orçamento.

Num cenário menos preciso ou simplesmente prévio ao ideal, considerando médias, é possível prever uma reserva de investimento através do custo médio das construções apresentado pelo Sindicato da Industria da Construção (Sinduscon) utilizando o custo unitário básico (CUB/m²).

Gerenciamento de Projetos - Análise de Orçamento - Ilustraçã

Em resumo, o CUB/m² é a divulgação do valor médio da construção (por metro quadrado) segundo parâmetros pré estabelecidos para diferentes tipologias e padrões construtivos.

“O objetivo básico do CUB/m² é disciplinar o mercado de incorporação imobiliária, servindo como parâmetro na determinação dos custos dos imóveis.” (Custo Unitário Básico (CUB/m²: principais aspectos. Belo Horizonte: SINDUSCON-MG, 2007., pg.16)

“Os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam obrigados a divulgar mensalmente, até o dia 5 de cada mês, os custos unitários de construção a serem adotados nas respectivas regiões jurisdicionais, calculados com observância dos critérios e normas a que se refere o inciso I, do artigo anterior.” (Lei Federal nº 4.591 de 16 de dezembro de 1964, artigo 54).

Não cabe aqui detalhes sobre o CUB, apenas a observância que este valor médio pode ser utilizado, informalmente, para uma previsão média de reserva de investimento para se preparar a construir (para mais informações sobre o CUB em Minas Gerais, clique aqui).

Importantecomo o CUB é expresso em valores por metro quadrado, é necessária a informação da área a ser construída, nem que seja apenas uma previsão desta área.

Como utilizar

A partir de uma determinada área a ser construída, consulte o valor do CUB/m² correspondente à tipologia e ao padrão desejado apresentado na tabela disponibilizada pelo Sinduscon da sua região e multiplique os valores.

Ex: (126 m² de área a ser construída) x ( R$ 1.577,88 / m² de custo para R-1 padrão normal em dezembro de 2016) = R$ 198.812,88.

Para entender qual sigla corresponde à tipologia desejada, leia a “Relação dos projetos padrão” no site do Sinduscon, onde há a descrição de cada um. R-1, por exemplo, é residência unifamiliar.

Dica: é possível fazer o caminho inverso dividindo o capital disponível pelo CUB e obter a área correspondente que pode ser construída construída.

Observação: Apesar da composição do CUB não considerar alguns itens importantes como as fundações, na prática, por experiência, é um valor bem próximo da realidade, mais do que isso, é uma média, então pode corresponder a valores tanto acima quanto abaixo do esperado. Felizmente é bem comum ser abaixo. Outro detalhe importante é que nas cidades do interior é comum que os valores de construção sejam abaixo dos previstos nas regiões metropolitanas principais, abrangidas pelo CUB. Novamente por experiência, tenho trabalhado com valores de mais de 20% abaixo do CUB em construções em cidades do interior. A casa apresentada nas postagens etapas da obra, tem média final abaixo de 1250 reais / m² (jan 2017).


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Referências externas:

1- Custo Unitário Básico (CUB/m²): principais aspectos. Belo Horizonte: SINDUSCON-MG, 2007.
2- http://www.sinduscon-mg.org.br/
3- http://www.sinduscon-mg.org.br/cub/tabela-do-cub/
4- http://www.sinduscon-mg.org.br/wp-content/uploads/2016/12/tabela_cub_dezembro_2016.pdf (caso tenha dificuldades para acessar diretamente, utilize a referência 2 e acesse a aba correspondente ao Cub/m²)

Crédito das Imagens:

http://www.imagenslivres.com/

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Etapas da Obra #14 – Alvenaria de vedação 1

Alvenaria simplesmente denota o tipo de material empregado na construção. Corresponde a tijolos e afins. Madeira, steel-frame e wood-frame são outros sistemas, por exemplo. Todos estes sistemas podem ser utilizados de forma estrutural ou simplesmente de vedação.

No estudo de caso apresentado, foi utilizada a estrutura de concreto armado reticulada e para vedação, alvenaria de tijolos furados de barro cozidos. Este material tem vantagens relacionadas ao baixo custo e facilidade de manuseio, porém suas desvantagens pautam um certo desperdício de material, quebra para interação com instalações elétricas e hidrossanitárias embutidas, uso significativo de argamassa, dentre outros. Ainda assim é uma opção muito viável.

O bloco de concreto, que seria uma alternativa (inclusive estrutural), necessita ser modulado para melhor aproveitamento (sem quebra), para ter um custo viável deve ser empregado de forma correta, com juntas ideais e prever as instalações elétricas e hidrossanitárias sem quebra, uma vez que estas instalações devem passar pelos vãos internos dos blocos, o que requer uma mão de obra especializada e familiarizada com este material, bem como seus elementos complementares (blocos canaleta U e J, por exemplo).

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Alvenaria do segundo pavimento.

A execução da alvenaria se dá em 3 etapas: marcação, elevação e encunhamento (quando executada depois da estrutura – o primeiro pavimento do estudo teve encunhamento, o segundo não).

A marcação é a conferência e execução do posicionamento, alinhamento, esquadro e nivelamento das paredes para execução da primeira fiada, que será a referência das demais. Mangueira de nível, nível de bolha, prumo, esquadro, linha de nylon, régua… todos esses instrumentos são utilizados neste processo.

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Fiadas de marcação e referência das paredes.

A segunda fiada em diante é elevada com referência na primeira fiada. O mais usual é a elevação amarrada, onde o tijolo da fiada superior é posicionado sobre dois tijolos, com seu centro alinhado à junta dos inferiores. A cada fiada são utilizadas linhas de referência traçadas a partir da colocação e nivelamento de tijolos nas extremidades de cada parede.

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Elevação da Alvenaria utilizando a linha de referência.

O encunhamento, nada mais é que o preenchimento das frestas que acabam sobrando entre a última fiada e a estrutura. Este preenchimento é usualmente feito com tijolos quebrados e argamassa ou espuma expansível.

No caso apresentado, o segundo pavimento não foi executado com a mesma técnica do primeiro, onde a estrutura reticulada foi executada antes da vedação. No pavimento superior, a opção foi elevar a alvenaria até o nível desejado e a utilizar como base inferior/apoio da forma da estrutura das vigas. O que dinamizou o processo neste caso.

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Posicionamento da armação da estrutura sobre as paredes, antes de executar as formas.

O próximo post irá abordar as aberturas nas vedações e alguns outros aspectos dela.

Obs: Após a finalização da laje e antes de iniciar a alvenaria do segundo pavimento, as vigas da área de lazer que ainda não haviam sido concretadas, foram preenchidas. Como mostra a imagem abaixo.

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Concretagem da viga remanescente.

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Etapas da obra #13 – Concretagem da laje

Após a preparação de todo processo prévio à concretagem da laje, conforme explicado no texto etapas da obra # 12, é o momento de preencher a mesma de concreto.

Esta etapa requer significativa atenção. A laje é concretada e nivelada num processo único e contínuo, ou seja, esta etapa é toda executada de uma só vez, num único serviço.

Antes de iniciar o processo, é importante conferir se todas as tubulações das instalações que devem ser concretadas com a laje estão no devido lugar e bem amarradas, se as estruturas estão bem colocadas e se não há pontos de vazamento, inclusive na contenção lateral.

Tudo que puder ser conferido para evitar surpresas problemáticas durante a concretagem deve ser listado e revisto antes do início do processo.

Considerando a opção de laje adotada, pré moldada, o processo em si, se dá da seguinte forma: o concreto é lançado sobre a estrutura pré fabricada (manualmente ou bombeado), à medida que o concreto é lançado, ele é nivelado através da utilização de réguas, após a concretagem e nivelamento a laje deve passar por um período de cura antes de seguir com as etapas seguintes da construção.

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Início da concretagem. Planejada dos fundos para frente da edificação.

Alguns detalhes são importantes, como:

  • A laje deve ser executada integralmente, de uma vez, num único dia.
  • O concreto utilizado deve ser estrutural, conforme indicação de projeto.
  • O lançamento do concreto deve partir de um ponto pré determinado e ser linear a partir deste ponto. Como dos fundos para frente da construção, por exemplo (mais usual no caso usinado devido a movimentação da mangueira de bombeamento). Isso deve ser feito para que o processo seja uniforme e eficaz, uma vez que a laje deve ser um elemento único e depois de lançado e nivelado não se pode transitar sobre o concreto.
  • O concreto lançado deve ser preferencialmente vibrado à medida que é lançado, principalmente se o processo for manual. O próprio bombeamento e a mistura no caminhão betoneira deixam o concreto bem homogêneo e de fácil acomodação onde for lançado, contudo, a vibração melhora a acomodação da massa.
  • Durante a secagem, a laje deve ser molhada com frequência nos primeiros dias para que o concreto não trinque durante o processo de cura e não comprometa assim sua função estrutural.
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Concreto sendo regularizado e nivelado enquanto a mangueira é movida.

Na obra apresentada como exemplo, a concretagem foi agendada para uma sexta feira, assim, os dois primeiros dias de cura foram os dias do final de semana. Isso favoreceu o andamento da obra já que não houve interrupção no serviço nem procrastinação por causa desta cura. (Durante o final de semana a laje foi molhada de 8 em 8 horas).

A opção adotada para o caso foi o concreto usinado bombeado. A escolha foi pautada na rapidez e eficiência do processo, havendo bastante controle de qualidade sobre o mesmo.

Financeiramente não houve muita diferença no investimento ao comparar com o orçamento do custo do processo de lançamento manual. Contudo, o processo que durou menos de duas horas permitiu que no restante das horas do dia, a equipe de obra pudesse trabalhar normalmente.

Juntamente com a laje, a escada da edificação também foi concretada durante o processo. Volume que teve que ser calculado previamente e incluso ao pedido da mistura usinada.

Laje e escada juntas resultaram num volume de aproximadamente 6m³.

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Escada concretada.

Após dois dias de cura a laje e a escada ficaram conforme as fotos abaixo:

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laje após dois dias de cura. (reparar que ainda estava sendo molhada).
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Escada após dois dias de cura.

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Saiba os passos da pintura para obter melhores resultados

Independente de estar pintando pela primeira vez ou renovando a sua pintura, existem passos que garantem um resultado melhor e mais duradouro. Esses passos representam o processo ideal e a longo prazo, geram uma equação mais vantajosa entre custo e benefício, mantendo alta qualidade por mais tempo e necessitando de menos manutenção.

Por outro lado, custo benefício é relativo e depende da capacidade de investimento, então, com a sabedoria sobre o processo, fica mais fácil avaliar a melhor decisão de investimento para seu caso, que lhe trará melhor custo benefício. Uma decisão embasada em informação sólida.

Entre a primeira pintura e a renovação, a diferença essencial é que alguns passos do preparo, da base da pintura (os que tem intuito de nivelamento e uniformização) podem ser pulados por já terem sido executados, por outro lado, alguns outros cuidados devem ser tomados para garantir bom resultado no acabamento (serão apresentados mais adiante).

Basicamente existem duas etapas e essas etapas se dividem em preparo (base) e acabamento. A primeira, influencia diretamente na qualidade e na durabilidade da posterior.

Este texto foi elaborado para facilitar o entendimento do conceito do processo de pintura de uma parede de alvenaria ou gesso acartonado e a partir deste processo ficar mais clara a identificação dos resultados esperados, bem como possibilitar escolhas lúcidas quanto ao investimento no processo e avaliação das melhores propostas de serviço.

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Imagem 1 – Ver créditos

Observação: É muito comum encontrar orçamentos com diferenças muito grandes de valor para serviços de pintura. Muitas das vezes, a diferença pode ser justificada pela eliminação de alguma das etapas, ou simplesmente a execução incompleta ou ineficiente desta etapa, o que diminui o tempo de execução e consequentemente o valor da mão de obra. Diminui o valor de investimento inicial mas também diminui a qualidade e durabilidade do serviço. Um serviço incompleto ou menos eficiente será refeito com frequência muito maior do que um serviço mais detalhado.

Os passos são:

1 – Lixar (uniformizar a parede)
2 – Selar (impermeabilizar)
3 – Nivelar e uniformizar
4 – Selar novamente
5 – Acabar

Bom, agora que já foram apresentadas as etapas e os passos, segue a descrição de cada um para possibilitar o melhor entendimento de sua importância no processo.

Serão descritas as etapas, passos e links de referências de produtos de 3 marcas que tem destaque no mercado, com a ficha técnica de cada produto, com aprofundamento de suas características.

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Imagem 2 – Ver créditos

1 – Etapa de preparo da superfície para o acabamento:

O preparo da superfície consiste da sua adequação para o melhor resultado de acabamento. Este preparo impermeabiliza, uniformiza, nivela e cria camadas protetoras que melhoram o comportamento dos produtos utilizados ao longo dos anos, assim como aprimoram as possibilidades da qualidade estética. No caso das superfícies de gesso acartonado, o passo inicial é o 1.3.

1.1A superfície deve ser lixada. O reboco ou o emboço deve ser lixado. Isso melhora o acabamento, remove o excesso de grãos superficiais e acarreta em melhor rendimento dos produtos por melhorar a aderência dos mesmos ao uniformizar a superfície.

Dica: para um acabamento melhor, mais duradouro e gerar economia de produtos de preparo, peça ao mestre de obras para executar uma massa fina (reboco esponjado) na parede antes de iniciar o processo de preparo da superfície para a pintura em si. Esta técnica é a aplicação de uma fina camada de concreto que é uniformizada com a ajuda de uma esponja molhada, utilizando de movimentos circulares.

1.2 – Aplicar selador acrílico: Tem o intuito de selar a superfície, preenchendo e protegendo a tinta a ser aplicada contra umidade e aumentando o rendimento da mesma, diminuindo a absorção dela pela superfície. É utilizada diretamente no reboco, concreto, massa fina ou blocos de concreto. Mesmo sendo aplicada uma massa niveladora e uniformizadora após a superfície ser selada, influencia na durabilidade da tinta a longo prazo, conforme motivo descrito anteriormente.

É aplicada com rolo de lâ de carneiro, apenas uma demão, tanto no interior quanto no exterior, com rendimento de 80 a 120m2 por lata de 18L.

“(…). Indicado para paredes novas, o Selador Acrílico impermeabiliza e uniformiza as mais diversas superfícies de alvenaria devido ao seu poder selante e ótima aderência. É um fundo de cor branco fosco, diluível em água e de rápida secagem. Com grande poder de preenchimento e cobertura, pode ser aplicado em ambientes internos e externos e prepara a superfície para os demais cuidados que sua parede necessita.” (Texto presente no site da Coral – link abaixo)

Links de seladores:

https://www.coral.com.br/pt/produtos/selador-acrilico#?selectedColor=1198736/csid=627570/id=1198736
https://www.suvinil.com.br/pt/produtos/ideal/16/suvinil-selador-acr%C3%ADlico.aspx
http://www.eucatex.com.br/pt/tintas/tintas-eucatex/produto?id=105

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Imagem 3 – Rolo de pintura – Ver créditos

1.3Aplicar massa niveladora e uniformizadora – massa corrida (interior) ou massa acrílica (exterior): a massa tem o intuito de nivelar e corrigir as imperfeições da parede, dando a ela o aspecto liso e uniforme. É uma base para a aplicação da tinta que a protege e potencializa seu rendimento. A principal diferença entre a corrida e a acrílica se dá à resistência à umidade da massa acrílica.

É aplicada com espátula e desempenadeira em 2 ou 3 demãos geralmente, lixada, limpada e conferida. Rende de 40 a 50 m2 por demão em caso de aplicação sobre concreto ou até 60 m2 por demão em caso de superfícies seladas e repintura

Quanto menos nivelada a parede estiver, mais massa será consumida. (isso demonstra a importância de serviços bem executados).

Uma alternativa para a massa corrida é o gesso (utilizado antes da produção da massa corrida), com grande maleabilidade, além de baixo custo, perde em resistência à umidade e, apesar da fácil aplicação, tem que ser preparado antes (misturando o pó do gesso à água).

Dica: Com uma lâmpada é possível conferir o resultado do nivelamento a partir das sombras que são geradas ou não na superfície.

“(…) é indicada para uniformizar, nivelar e corrigir pequenas imperfeições em superfícies internas de alvenaria e concreto. Com alto poder de enchimento, elevada consistência, ótima aderência, sua secagem é rápida e seu odor é baixo.” (Texto presente no site da Coral sobre a massa corrida – link abaixo)

Links de massa corrida:

https://www.suvinil.com.br/pt/produtos/ideal/9/suvinil-massa-corrida.aspx
https://www.coral.com.br/pt/produtos/massa-corrida#?selectedColor=1198736/csid=627570/id=1198736
http://www.eucatex.com.br/pt/tintas/tintas-eucatex/produto?id=107

1.4Aplicação do fundo preparador para parede ou de liqui-base – tem o intuito de criar uma nova camada impermeabilizante entre a massa corrida e a tinta, selando a massa e protegendo a tinta. pode aumentar a durabilidade da pintura em significativos anos. É uma etapa que muitos pulam, mas esta tem muita importância e eficiência a longo prazo.

Tem uma função parecida com a do selador acrílico, porém sua composição é bem diferente, sendo ideal para a utilização indicada. (vide NBR 11702 da ABNT de 07/2010 – Tipo 4.1.1.5, 4.1.2.7 para o fundo preparador e tipo 4.1.2.6 para selador acrílico)

Deve ser aplicado com rolo de pelo de carneiro, tem rendimento de 180 a 220 m2 por lata de 18L e necessita de apenas uma demão por aplicação.

“(…) é indicado para uniformizar a absorção, selar e aumentar a coesão de superfícies externas e internas como reboco fraco, concreto ou reboco novo, pintura descascada ou calcinada, paredes caiadas, gesso e  fibrocimento. É um produto de grande poder de penetração e de fácil aplicação que proporciona ótima aderência para os acabamentos. Sua formulação, à base de água, oferece um produto com baixíssimo nível de odor, além de evitar a perda das ferramentas de aplicação” (Texto presente no site da Eucatex sobre o fundo preparador – link abaixo)

Links de fundos preparadores:

https://www.suvinil.com.br/pt/produtos/ideal/14/suvinil-liqui-base.aspx
https://www.coral.com.br/pt/produtos/fundo-preparador-base-agua
http://www.eucatex.com.br/pt/tintas/tintas-eucatex/produto?id=106

2 – Etapa de acabamento da pintura:

O termo acabamento da pintura se dá à pintura em si, é o aspecto estético final que a superfície terá. Este aspecto pode ser texturizado ou não.

Além da questão estética, o acabamento tem aspectos funcionais importantes que devem ser considerados na escolha dos produtos a serem utilizados. Isso é dito uma vez que as tintas podem ser produzidas com propriedades aprimoradas em função do tipo de ambiente, do tipo de clima ou outras características do local onde serão aplicadas: maior resistência à umidade, melhor resistência contra bactérias, lavável, mais rendimento, melhor aderência, melhor elasticidade, etc.

A textura simplesmente dá uma característica estética ao acabamento.

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Imagem 4 – Cores sobre fundo branco – Ver Créditos

Existem acabamentos texturizados com características que se assemelham desde tecidos à bambu e cimento queimado, resultados alcançados com ajuda de uma massa modeladora e ferramentas específicas complementares ao produto.

Os acabamentos das tintas, além das opções de cores, funções específicas e uso, conforme citado acima, se classificam quanto ao brilho: fosco, semi brilhoso e brilhoso.

Dica: Os produtos de acabamento tem valor muito elevado se comparados aos de preparo da superfície. Portanto, além de gerar maior durabilidade no resultado final, os produtos de preparo diminuem a quantidade necessária do produto de acabamento, resultando em economia. O custo de aplicação se torna mais elevado sim, por outro lado, a manutenção a longo prazo se torna mais vantajosa: a pintura dura mais e tem manutenção simplificada.

Para que não haja dúvida na hora de pesquisar um produto, é importante saber a diferença de aplicação entre látex, acrílicos e esmaltes: os látex (utilização apenas internamente) e acrílicos (possuem resina e podem ser usado interna e externamente) são indicados para paredes de alvenaria e gesso, já os esmaltes, para madeiras e metais.


Créditos das imagens:
Imagem 1 – Designed by Freepik
Imagem 2 – Designed by Freepik
Imagem 3 – http://pt.freeimages.com/photographer/hytek-31113
Imagem 4 – http://www.zaiohardwood.com/wp-content/uploads/2015/01/how-to-paint-walls.jpg


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Etapas da Obra #12 – Laje do primeiro pavimento e escada

Uma das etapas mais interessantes e ao mesmo uma das mais trabalhosas da obra, sob a perspectiva de todos os cuidados que devem ser tomados e toda a atenção requerida, é a montagem e concretagem da laje. Principalmente pelo envolvimento direto com as instalações complementares da obra: é um elemento estrutural que recebe também as instalações elétricas e hidrossanitárias, além de ser conectado a outros elementos estruturais.

Este post irá tratar da montagem da laje do primeiro pavimento e da escada.

Time is money, já dizia o jargão norte americano. O aproveitamento do tempo é resultado de quão bem feito foi executado o planejamento da gestão do tempo em função das atividades a serem executadas ao fim de alcançar um resultado. Esta questão tem sido fortemente frisada nos posts sobre as etapas da obra.

A gestão de cada etapa em função do todo, influencia diretamente nas etapas seguintes e no resultado final do investimento financeiro. Um ponto crucial quanto a sequência de execução de tarefas é a ligação entre cada uma. Repare que em vários posts são mencionadas as medidas previamente adotadas para dar continuidade a um serviço, sequencialmente a outro, bem como as escolhas das técnicas que favorecem estas escolhas, otimizando o serviço, o tempo e os resultados.

Esta perspectiva não foi diferente no planejamento de execução da laje que, devido as medidas corretas, pôde ser executada logo após a finalização das vigas.

Para ficar claro, ainda na etapa de projeto, foi adotada a laje pré-moldada treliçada, com enchimento eps (isopor). Resultado da comunicação entre arquiteto e engenheiro responsáveis pelo projeto. Algo fundamental. O objetivo dado foi otimizar o tempo e possibilitar atividades sequenciais com mais independência, requerendo apenas que cada item esteja disponível quando necessário. No caso da laje, proporcionar agilidade de trabalho, reduzindo a possibilidade de ociosidade no canteiro de obras e estruturalmente eficiência e leveza, para exigir menos das estruturas inferiores.

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Posicionamento e escoramento das vigotas pré-moldadas e elemento de preenchimento.

Existem outras opções de laje, como a maciça, moldada in loco. Contudo essa opção foi descartada por causa da necessidade de formas, muitas escoras e montagem não compatível com a forma de desenvolvimento do trabalho em função do tempo e reaproveitamento de materiais já utilizados: mais madeira seria necessária para execução das formas, sem utilização integral posterior, bem como mais escoras seriam necessárias. Seria desperdiçado material e tempo de trabalho neste caso específico.

As vigotas treliçadas e as peças de isopor, foram adquiridas durante a montagem das vigas do primeiro pavimento. Então quando foram entregues, o serviço já estava praticamente no ponto certo para ser iniciado. As escoras das vigas já haviam sido parcialmente removidas, bem como algumas das formas das mesmas.

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Posicionamento dos elementos da laje pré-moldada e da ferragem negativa.

A execução da laje em si, se dá da seguinte forma: são posicionadas as vigotas e os enchimentos (isopores) entre elas, sendo que o sentido de posicionamento é previsto no projeto estrutural, assim como o tipo de ferragem, concreto a ser utilizado e dimensões da vigota treliçada. São colocadas e amarradas as ferragens adicionais e negativas, as vigotas são escoradas e em seguida são posicionadas e amarradas as tubulações das instalações elétricas e hidrossanitárias, ou quaisquer outras cabíveis (amarradas se for o caso, para que não saiam do lugar). As formas laterais (que irão conter o concreto), podem ter sido executadas antes ou podem ser executadas após o posicionamento das vigotas. Neste caso foram executadas depois. A laje, então, pode ser concretada.

Para saber mais sobre os tipos de lajes treliçadas, clique aqui

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Posicionamento das instalações complementares sobre a laje.

Juntamente com a laje, foi executada a forma da escada, bem como sua armação, para que ambas pudessem ser concretadas juntas e aproveitar o momento da concretagem, otimizando o tempo.

O desenho da escada foi elaborado com o intuito de dar leveza/suavidade à forma da mesma, já a opção estrutural e executiva, foi dada em função do custo benefício dentro do contexto das demais opções adotadas no programa deste planejamento. O tema escadas em si, é bastante amplo, interessante, inspirador e motivo para um post exclusivo.

A execução em si para o caso, se dá da seguinte forma: são executadas e escoradas as bases das formas, são posicionadas e amarradas as ferragens da escada entre si e às esperas, a forma é complementada com os degraus, contenções e travamentos para que esta não se movimente ou ceda durante a concretagem, por fim é posicionada e amarrada a ferragem restante. Lembrando sempre de nivelar e alinhar cada elemento.

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Forma e armação da escada.

Essa concretagem foi agendada para uma sexta feira, com o intuito de deixar a secagem inicial para o final de semana e não influenciar no desenvolver dos trabalhos subsequentes no canteiro de obra.

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Formas laterais para contenção do concreto.

O próximo post, etapas da obra #13, irá tratar inicialmente da concretagem da laje.


Referência externa:
http://longos.arcelormittal.com.br/pdf/produtos/construcao-civil/outros/manual-tecnico-trelicas.pdf

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Etapas da Obra #11 – Vigas do primeiro pavimento e desenforma

O processo de produção das vigas, se assemelha bastante ao dos pilares: as ferragens são amarradas e posicionadas, havendo o diferencial de ser sobre a base horizontal da forma das vigas (devido ao vão, obviamente), em seguida as tubulações existentes são posicionadas e amarradas, as laterais da forma são fechadas, há a concretagem e então um período de cura para depois desenformar.

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No caso de estudo, como os pilares restantes ainda estavam curando, não foi contratado novamente um carpinteiro para execução das formas, uma vez que esta agilidade não seria aproveitada. Na verdade, este período de cura foi aproveitado para amarração da ferragem das vigas que foi intercalada com a execução das formas das mesmas (bem mais simples que as dos pilares), sua concretagem e cura.

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Amarração e posicionamento das ferragens das vigas.

Na prática, em construções deste porte, a cura mínima utilizada nas vigas antes de desenformar é mais longa que a dos pilares. A resistência adquirida ao longo do tempo pelo concreto é a mesma para os dois casos, mas o comportamento é diferente em cada caso, tornando o pilar mais estável em menos tempo (dependendo dos respectivos portes, claro). O mais comum é utilizarmos 7, 14 ou 21 dias dependendo do vão, do porte ou de como se deu o processo construtivo. Isso, partindo de uma desenforma parcial a uma desenforma total. Esse período é considerado a partir do ganho de resistência do concreto entre 7 e 21 dias: de 68 a mais de 94% da resistência total esperada, respectivamente, conforme esta referência que evidencia os resultados médios de ensaios.

Obs: consideramos o fck até 28 dias, que é quando o concreto chega a 99% de sua resistência esperada.

Se uma viga for de pequeno porte e foi executada diretamente por cima de uma parede, será normal encontrar casos onde ela é parcialmente desenformada com 7 dias em vãos pequenos, mas não será menos de 14 ou 21 dias se esta mesma viga estiver sobre um vão livre e escoras, que serão parcialmente removidas até os 21 dias. (para arcos e vigas maiores que 10m, por ex., utilizamos 28 dias, para alcançar 99% da resistência esperada).

Para agir precisamente, além de se planejar melhor, solicite o engenheiro calculista responsável um programa de desenforma das estruturas da obra.

No estudo de caso apresentado, foram utilizados intervalos de 14 e 21 dias.

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Execução intercalada das vigas.

Como a amarração das ferragens ocorreu dentro do tempo de cura dos pilares restantes, toda a ferragem estava disponível ao final deste período.

A estratégia adotada foi a de posicionamento de todas as ferragens das vigas, aliada ao reaproveitamento das formas com execução e concretagem intercalada.

Após todas as ferragens serem posicionadas, as formas foram montadas em volta das ferragens, as tubulações passadas e a concretagem se iniciou da porção frontal em direção a posterior (fundos), seguindo o tamanho das formas das vigas e dos vãos.

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Tubulações posicionadas dentre as ferragens das vigas.

As últimas vigas (da área de lazer), foram configuradas com medidas bem diferentes das demais (maiores), então necessitaram de formas próprias, reaproveitando apenas parte da madeira.

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Execução das últimas vigas e vista das ferragens das vigas da área de lazer.

Durante o processo, para ganhar tempo entre um momento e outro antes de começar a concretagem, se ergueu parte da parede da caixa de escada, que também foi aproveitada para execução da cinta desta mesma caixa de escada.

As vigas devem ser, preferencialmente, executadas de uma vez só. Caso as mesmas necessitem de emendas, estas devem ser executadas com ângulos de 45°.

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Notar emenda de viga à esquerda.

Referências externas:

http://www.tce.eng.br/utilidades/concreto/evolucao
NBR 6118:2014


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Processando…
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Etapas da Obra #10 – Pilares do Primeiro Pavimento.

Como tem sido frisado nos posts sobre as etapas da obra, a mesma nunca deve parar de fato. Ociosidade significa prejuízo.

No post anterior foi explicada a execução do contrapiso e ao final da publicação foi mencionada a simultaneidade do processo com o início da execução dos pilares do primeiro pavimento.

Bom, essa simultaneidade foi possível devido algumas escolhas chave. Mais importante que a simultaneidade de execução entre pilares e contrapiso (que durou pouco), foi a de execução dentre os próprios pilares, tema do etapas da obra #10.

Primeiro é necessário entender as etapas de execução de um pilar. Sequencialmente, se dá da seguinte forma: são amarradas as ferragens do pilar em si, conforme projeto, essa ferragem é amarrada por sua vez à espera deixada desde a fundação, são colocados os espaçadores para garantir o posicionamento dos pilares e o recobrimento correto (pode ser feito sem espaçadores, apenas amarrando a ferragem à forma que será feita), é construída uma forma de madeira em volta das ferragens do pilar com as medidas do mesmo acabado, conforme projeto, nivelada e aprumada, deixando o espaço devido à espera das ferragens para às vigas, o pilar então é concretado (lembrando de vibrar o concreto), cura alguns dias e é então desenformado.

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Formas sendo executadas e aprumadas para concretagem dos pilares.

A escolha chave inicial foi contratar um carpinteiro experiente na execução de formas estruturais. Na verdade, o escolhido para o caso era especialista nisso e trabalha apenas com este nicho. Esta escolha se deu ao fato do mesmo ter capacidade de executar todas as formas em quase a metade do tempo que o mestre de obras da construção tinha. Considerando um alto nível de precisão. Para chegar a essa informação é necessário uma conversa franca e solicitação de prazos segundo experiência.

O prazo do carpinteiro em questão foi de fato cumprido e o custo foi de empreitada, algo em torno de 3000 reais para 2,5 semanas de trabalho. Cada semana de diferença entre os prazos significou economia de 1380 reais (valor da equipe que estava em obra, por semana). Ou seja, a partir de 2 semanas e meia, a economia era garantida e isso de fato aconteceu, uma vez que o prazo do mestre de obras era de 4 a 5 semanas.

A segunda escolha chave foi não comprar as ferragens prontas desta vez e sim, amarrá-las in loco a fim de evitar ociosidade. Nas fundações a escolha foi para ganhar tempo e evitar ociosidade, já na estrutura do primeiro pavimento foi para não perder tempo e evitar ociosidade, havendo simultaneidade.

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Ferragens dos pilares sendo amarradas simultaneamente à execução das formas.

Essa escolha possibilitou que enquanto as formas eram executadas em volta das ferragens posicionadas, novas ferragens fossem amarradas e posicionadas, ao passo que o contrapiso era finalizado também. Assim, quando um grupo de formas estivesse pronto, o pilares eram concretados e o concreto curava enquanto outras eram executadas.

Isso se deu devido a terceira escolha chave, que consistiu do rodízio das formas dos pilares da obra. Apenas a madeira para menos de um terço das formas da obra foi adquirida, utilizando um compensado de melhor qualidade que pudesse ser reutilizado (por possuir um acabamento plástico). Os pilares foram então executados sequencialmente, dos maiores para os menores, ao fim de poder ajustar as formas sem perdas.

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Pilares curando enquanto outros são concretados.

Um detalhe muito importante é sempre seguir o projeto estrutural para garantir a eficiência da estrutura. Quanto a isso, utilizar a resistência especificada para o concreto é fundamental. Cada mistura de cimento e agregados gera um resultado, então é magna a importância de se seguir a mistura correta para alcançar o Fck desejado. (Caso tenha dúvidas, consulte uma tabela).

Finalizada a etapa dos pilares, se inicia a das vigas. Assunto a ser abordado no próximo post!


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Etapas da Obra #9 – Fundações #4 e contrapiso

O alicerce bem dimensionado e executado de uma edificação, garante um melhor comportamento da estrutura e minimiza as chances de infortúnios futuros, por menor que sejam, como as trincas e rachaduras (que podem ser indicadores de outros problemas mais graves).

Provavelmente a importância de um bom planeamento já ficou bem claro aqui nesta série das etapas da obra.

O concreto tem ganho de resistência ao longo do seu período de cura, chegando em 28 dias à resistência esperada. Geralmente consideramos as resistências de 3, 7, 14 e 28 dias como referência. Por isso, executamos os serviços em função da resistência de cada período e do tipo de estrutura, dada sua cura.

Então, para seguir a sequência executiva da estrutura, é sempre importante estar atento à resistência alcançada até então pela mesma.

Do ponto de vista amplo, para que não haja ociosidade, é fundamental planejar a sequência de atividades no canteiro de forma que sempre haja trabalho e que gere tempo para cura de cada elemento.

A finalização da fundação se dá com a impermeabilização da mesma. Vários produtos no mercado estão disponíveis para proteger a estrutura da umidade do solo, que pode infiltrar e prejudicar o funcionamento do sistema. Os mais comuns são de origem asfáltica.

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Aplicação de impermeabilizante nas cintas.

Como é possível notar na imagem, boa parte das cintas ficaram significativamente acima do nível do solo, situação muito comum. Principalmente porque no caso foi previsto em projeto que a parte principal da casa ficaria alguns centímetros acima da garagem, que ficou mais próxima do nível do passeio por sua vez, mesmo que acima do nível deste último.

Para execução do contrapiso, foi necessário preencher o espaço vazio com terra e posteriormente brita, para nivelamento e execução do contrapiso.

O preenchimento foi feito com a própria terra retirada do terreno na etapa anterior e armazenada num lote próximo, com permissão do proprietário. Caso esta opção não esteja disponível, a terra pode ser armazenada no próprio terreno.

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Preenchimento de terra (antes de ser compactado).

Após o preenchimento de terra, aterro, a mesma é compactada a fim de ficar cerca de 5 cm abaixo do nível das cintas. Então, o volume restante é preenchido com brita para minimizar a influência da umidade no concreto, não o deixando em contato direto com a terra.

O passo seguinte é iniciar a concretagem do contrapiso para posteriormente executar a estrutura do primeiro pavimento.

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Concretagem do contrapiso.

Como pode ser observado na imagem acima, existem 3 etapas sendo executadas ao mesmo tempo neste ponto: compactação da terra (ao fundo), preenchimento de brita (meio e fundo) e concretagem do contrapiso (porção frontal).

Essa escala de tarefas foi planejada para dinamizar o serviço, uma vez que o tempo necessário para cada execução de cada tarefa permitia a finalização sequencial da etapa anterior.

Essa estratégia foi bastante utilizada ao longo deste processo construtivo. No próximo post, etapa da obra #10, será possível notar que as formas da estrutura do 1º pavimento começaram a ser executadas a medida que o contrapiso ia avançando até a porção posterior da edificação (fundos) e curando.


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8 Dicas inteligentes para economizar ao construir!

Investir em construir pode virar uma grande dor de cabeça se não for um processo conduzido de forma consciente e planejada, focado em ser eficiente.

Prejuízos podem alcançar números muito indesejados em construções sem planejamento ou com planejamento indevido.

Ociosidade, retrabalho, resultados que não atendem as expectativas são só alguns dos problemas a serem encarados. Isso para não falar da ilegalidade do processo que pode gerar problemas muito maiores do que apenas financeiros.

Então, se vai construir, trabalhar ou investir no setor, deve estar preparado a encarar um processo detalhado e trabalhoso, que exige muita responsabilidade e tempo de acompanhamento.

Como ninguém gosta de prejuízos e de passar por situações desagradáveis, seguem algumas dicas para ajudar a focar nos pontos e decisões mais importantes do processo construtivo, não pisar na bola e ainda economizar, são 8 dicas inteligentes para economizar ao construir!

Seguindo apenas as primeiras duas, já pode chegar a economias de até 20%!

São elas:

  1. invista em um arquiteto.
  2. não economize em planejamento, contrate projetos complementares.
  3. saiba onde investir mais para investir menos a longo prazo.
  4. consulte preços em lojas especializadas, faça mais de um orçamento e não compre em cima da hora.
  5. faça seu dinheiro render, se não há desconto à vista, divida para poder ter sempre recursos em caixa e poder aproveitar oportunidades de momento.
  6. negocie: descontos à vista e cobertura de propostas.
  7. fique de olho em marcas que querem ser a líder de mercado.
  8. estoque com segurança.

Agora que já sabe quais são as dicas, saiba um pouco mais sobre cada uma delas.

1 Invista em um Arquiteto

Segundo Lacombe e Heilborn (p.162), planejamento “pode ser visto como: (a) a determinação da direção a ser seguida para alcançar um resultado desejado ou como (b) a determinação consciente de cursos de ação, isto é, de rumos. Com base em objetivos, em fatos e na estimativa do que ocorreria em cada alternativa. Em resumo, planejar é, portanto, “decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer”.

O planejamento arquitetônico é o ponto de partida de qualquer planejamento de edificações e o Arquiteto é de longe o profissional mais adequado para executar este trabalho.

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Ao planejar antecipadamente o que fazer e de que maneira fazer, a execução do seu projeto será linear e direcionada a um objetivo concreto e específico, o que te levar a adquirir apenas o necessário para tal.

O investimento em um projeto arquitetônico é de apenas 3% (em média) e pode te levar a economias de mais de 10%.

Lembre se que o projeto arquitetônico devidamente registrado e aprovado é obrigatório em uma obra legal!

2 Não economize em planejamento, contrate projetos complementares

Da mesma forma que o arquiteto é o profissional mais indicado para a execução do seu projeto arquitetônico, nenhum outro substitui o engenheiro quanto aos projetos complementares principais.

Quais são os principais projetos complementares? Projetos estrutural, elétrico, e hidrossanitário. Existem outros como o de iluminação, paisagismo, gás canalizado, proteção contra radiação (sala de raio-x de hospitais, por ex.), ar condicionado, incêndio, etc., que tem suas responsabilidades específicas a arquitetos, engenheiros e afins, dependendo do campo.

Estes projetos são detalhamentos do que foi planejado no projeto arquitetônico. São confirmações técnicas de exequibilidade e eficiência, com margens de segurança.

As estruturas, instalações elétricas e hidrossanitárias costumam representar juntas de 30 a 47% da obra, dependendo de porte da obra e outros fatores.

Um item superdimensionado pode gerar custos extras de mais mais de 40%, outros mais de 100%. Um vergalhãode aço de 6m, por exemplo, tem uma diferença de custo que pode passar de 35% entre a bitola 10 mm e a de 12 mm.

Considerando que o investimento em projetos complementares é de cerca de 5% (arquitetônico e complementares juntos variam de 5 a 12%, segundo estudos) e que esses projetos também podem gerar economias de mais de 10%, fica claro entender o quanto vale a pena investir mais antes de começar a construir, investir mais na etapa de planejamento para ter precisão na execução e consequentemente economizar muito!

Obs: Antigamente as edificações eram construídas com tentativa e erro, a partir da experiência adquirida. Da matemática, física e química aplicadas ao contexto da construção, foi criada uma ciência construtiva que estuda o comportamento dos materiais e sistemas construtivos: a engenharia civil surgiu daí.

3 Saiba onde investir mais para investir menos a longo prazo.

Homem de Negócios que Carrega Moedas

Existem componentes e instalações que possuem difícil manutenção e envolvem outros itens da construção quando apresentam alguma deficiência. Principalmente considerando o sistema de alvenaria, mais comum no Brasil.

A instalação hidráulica e sanitária tem parte significativa abaixo do piso, sob um revestimento e concreto. Ou atrás de paredes, também revestidas. Uma manutenção para corrigir algum problema poderá acarretar numa reação em cadeia que envolverá muitos aspectos indesejados. Portanto, é bastante sensato investir numa instalação de qualidade e com garantias, desde o projeto aos produtos optados para a execução.

Telhado, instalações elétricas e estruturas também são componentes que demandam uma grande atenção.

4 Consulte preços em lojas especializadas, faça mais de um orçamento e não compre em cima da hora.

No mercado, produtos podem ter variações de valor mais de 100% entre os fornecedores. Um produto específico, do mesmo fornecedor, pode ser encontrado com uma diferença de valor entre revendedores diferentes que pode surpreender.

Lojas especializadas costumam comprar mais e ter maior circulação de produtos específicos, por isso costumam ter melhores condições de negociação. Na maioria das vezes isso é verdade, contudo vale sempre a pena pesquisar, porque não é difícil encontrar algo em promoção.

Lojas que vendem de tudo tem uma grande vantagem: comodidade. Contudo sempre vale a pena questionar quanto vale essa comodidade.

Comprar em cima da hora significa não pesquisar e se sujeitar a ter prejuízos. (mais uma vez a importância de um planejamento prévio deve ser lembrada)

Quer uma dica extra? Se estiver orçando pessoalmente os itens da sua própria obra, compare as diferenças de custos com o valor da sua hora de trabalho. Assim verá o quanto valeu ou não a pena gastar uma hora a mais para encontrar um orçamento com mais de R$ 300,00 de diferença, quiçá R$ 800,00.

5 Faça seu dinheiro render, se não há desconto à vista, divida para poder ter sempre recursos em caixa e poder aproveitar oportunidades de momento.

Você já ouviu aquela frase: “o preço a vista é esse mesmo”, logo depois de pedir um desconto?

Então considere que se não vai fazer diferença pagar à vista ou à prazo, saber gerenciar seus recursos é muito importante.

Empresário que Desenha Gráfico Financeiro

Compras com desconto à vista só podem ser aproveitadas com dinheiro em caixa e eventualmente, a porcentagem que você deixou de ganhar numa compra pode te ajudar ou atrapalhar em outra, considerando o fluxo do caixa. De 5 em 5% de 600, 300 ou 1500 reais, você economiza 5% de 100.000 reais.

Faz diferença?

6 Negocie: descontos à vista e cobertura de propostas.

Existem empresas que oferecem descontos à vista e outras que além do desconto, te oferecem a opção de parcelar este valor em 2 vezes, por exemplo, gerando mais possibilidade de aproveitar oportunidades de momento.

Outras cobrem propostas de concorrentes. Se existe esta opção, não há porquê não aproveitar se a diferença for significativa. Desde que isso seja feito com ética.

7 Fique de olho em marcas que querem ser a líder de mercado.

Fornecedoras de produtos vivem em concorrência. Nesta concorrências vários “valores” entram em consideração. Preço e qualidade são dois destes valores.

Fique sempre atento às marcas que estão em segundo lugar e buscando ser o primeiro, ou mesmo só bem reconhecidas. Várias delas compensam a diferença de renome com preço.

Algumas podem ter qualidade similar ou até superior.

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Uma dica extra sobre isso: Fornecedores locais podem ser uma ótima opção também. Mesmo sem grande renome, podem ter muita qualidade e valor de mercado atrativo.

8 Estoque com segurança.

Infelizmente vivemos num país com índices de segurança preocupantes no momento.

Para garantir que não tenha que comprar nada mais de uma vez, evite estocar se não puder fazê-lo com segurança. Isso pode ser a diferença entre comprar mais de uma vez um produto ou não.

Containers alugados ajudam muito neste aspecto.



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Etapas da obra #8 – Fundações #3

Após a escavação das valas e concretagem tanto das sapatas quanto das bases das cintas (vigas baldrame), é o momento de executar de fato essas últimas.

O passo é moldar as formas e posicionar as ferragens, lembrando sempre de conferir alinhamento e nível. A outra opção é a contrária: posicionar as ferragens primeiro, amarrando-as às esperas dos pilares, executadas sobre cada sapata e depois executar as formas para preenchimento de concreto com o fck especificado em projeto. Opção adotada no caso apresentado.

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Ferragens posicionadas e amarradas às esperas dos pilares.

Mais uma vez foram utilizadas ferragens fornecidas montadas.

Como foram adquiridas durante a escavação das valas, juntamente com as ferragens das sapatas, representaram um ganho importante de tempo. Consequentemente, economia de mão de obra e recursos.

Note que esse tipo de opção é válida para execução simultânea de serviços. Caso não haja nada a ser feito em paralelo para ganhar tempo significativo, pode não ser a melhor opção. O importante é não gerar ociosidade no canteiro de obras.

Na etapa de execução dos pilares que aparecerá num post futuro, por exemplo, esta opção não foi adotada.

A utilização de espaçadores garante a espessura correta de recobrimento de concreto a envolver as ferragens, evitando deslocamento das mesmas e problemas estruturais oriundos da movimentação das ferragens dentro da forma durante a concretagem. Seja um problema de resistência ou de exposição da ferragem.

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Ferragens posicionadas e formas sendo preenchidas.

Garantir o fck especificado em projeto é um detalhe extremamente importante para garantir a resistência esperada do sistema estrutural.

Nota: Fck é a resistência característica do concreto à compressão. Cada mistura de cimento, areia e demais agregados, chamada de traço, corresponde a uma resistência final do mesmo.

Assim como no caso das sapatas, as formas foram moldadas apenas para parte das cintas, sendo revezadas à medida que a concretagem era executada e por etapas, havendo o cuidado de não influenciar na resistência das peças.

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Reutilização das formas da cintas.

Foram executadas seções inteiras de cada cinta para não haver interrupções nelas. Primeiramente as cintas do perímetro externo e logo em seguida as internas. Isso também gerou uma escala de secagem muito eficiente.

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Últimas formas sendo moldadas e preenchidas.

Observação: Ao longo o processo de execução da fundação foi utilizada uma betoneira para mistura do concreto. Bem como máquinas elétricas para corte e montagem das formas. Isso foi possível devido ao empréstimo de energia por um dos vizinhos até ser executado e ligado o padrão elétrico da obra. Caso não tenha boa relação com os vizinhos, pode executar tanto o padrão hidráulico quanto o elétrico previamente.

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