Etapas da obra #21 – Revestimentos: Reboco

Ao longo dos séculos, técnicas foram desenvolvidas para melhorar a qualidade e durabilidade das construções. Os sistemas construtivos foram estudados, formalizados no que diz respeito a elaboração de métodos técnicos pautados em conceitos científicos (vindos da física, química, matemática, biologia, etc.) e enfim, foram adaptados às demandas contemporâneas à cada momento histórico.

A forma que construímos hoje tem um conceito fundamental parecido com o de 20 ou 30 anos atrás, até mesmo com o de séculos atrás. Contudo, a tecnologia empregada em função de cada nova descoberta ou melhoramento dos materiais e técnicas, modifica sensivelmente esta forma de construir uma vez que passamos a ter um entendimento mais aprofundado do processo dado seu objetivo.

O revestimento tem como função base compor e proteger o elemento estrutural ou o elemento de vedação e elevar seu desempenho. Ou seja, tem como função compor e proteger algum elemento construtivo, elevando seu desempenho. Sua função complementar se pauta em salubridade, praticidade, acabamento, estética ou qualquer outra que possa agregar valor à principal. Dado este entendimento, este objetivo, passa a ser necessário o relacionar com sua aplicação: proteger do quê? Qual o tipo de exposição a construção tem? Em termos de desempenho, é necessário relacionar a uma demanda: qual sua finalidade?

No caso residencial, a construção desenvolvida até o ponto apresentado no estudo de caso desta série de etapas da obra, já cumpre fundamentalmente a função de abrigo. Por outro lado, não é um abrigo eficiente para habitação nem mesmo resistente o suficiente ao tempo, considerando seu sistema construtivo e até onde foi desenvolvido: as paredes e pisos são porosos, com partículas que se soltam facilmente, sem uniformidade, absorvem muita água do solo e do ar (em tempo úmido, chuvoso ficarão úmidas demais), é uma construção vulnerável aos intempéries e proliferação de microrganismos do ambiente em longo prazo… Em resumo, tem um desempenho insatisfatório dado seu uso e o padrão de exigência.

Um outro exemplo simplificado, é uma construção de madeira. Ela por si, já é bem eficiente quando finalizada sem qualquer revestimento extra, contudo, a umidade, pragas e microrganismos deterioram o material mais facilmente se o mesmo não estiver protegido. Algo que pode ser retardado com a proteção vinda de impermeabilizantes (verniz e tinta, por exemplo), anti pragas ou anti microrganismos.

Existem várias opções para revestir um material e o proteger, basicamente consistem em colocar outro tipo de material sobre ele, mais resistente aos intempéries, à umidade, pragas, microrganismos ou qualquer outra necessidade vinda de alguma deficiência que justifique a proteção, seja através de uma tinta, um verniz, uma placa de outro material ou qualquer outro exemplo.

No caso da alvenaria e do concreto armado, utilizados na obra de referência, o mais usual aqui no Brasil é revestir os tijolos, vigas e pilares com argamassa de cimento e areia (uniformizando a superfície e melhorando sua permeabilidade) para então impermeabilizar de fato esta superfície, utilizando o material mais propício para cada situação, como uma tinta ou uma cerâmica específica, por exemplo.

O revestimento de argamassa é conhecido como reboco. Este revestimento é uma camada de aproximadamente 1,5cm que altera as propriedades acústicas, de permeabilidade e térmicas da parede além de a uniformizar, influenciando em seu desempenho (as condições técnicas de exigência e execução são definidas pela NBR 13749).

Como o foco deste texto está nas etapas, apenas este assunto será apresentado. Elas podem ser divididas em até 3: chapisco, emboço (alguns locais tratam apenas como reboco) e massa fina. Esta divisão pode variar de região para região com alguma nomenclatura ou peculiaridade executiva, como a terceira (massa fina), não existir ou fazer parte do acabamento do emboço. Tecnicamente, deve ser observado um plano de revestimento, bem como especificações estabelecidas pelas normas técnicas NBR 13749, 13529 e 7200.

As etapas são denominadas da seguinte forma:

Chapisco: é uma fina camada de apenas alguns milímetros, aplicada de forma grosseira sobre a alvenaria, composta de argamassa de cimento e areia, com traço popularmente dito “forte” (1:3, por exemplo) e plástico, com o fim de gerar uma superfície rugosa que aumenta a aderência da parede para recebimento da argamassa do reboco. Deve ser aplicada e secar (curar) antes do início da próxima etapa.

Na obra de estudo, após a elevação da alvenaria das paredes e demais procedimentos descritos até então, as paredes foram rebocadas, conforme imagem abaixo. Repare que a camada é tão fina que não cobre perfeitamente as juntas entre os tijolos.

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Chapisco sobre parede de alvenaria de tijolos de barro cozido.

Obs: Com o desenvolvimento de argamassas de alta aderência e dependendo do material da parede, esta etapa pode ser pulada por deixar de ser efetivamente necessária.

Emboço: é o revestimento principal, feito de argamassa de cimento e areia, que pode ou não conter aditivos, tratando-se de uma camada de aproximadamente 1cm que protege a alvenaria e eleva o desempenho do conjunto. É um revestimento nivelado, alinhado e uniforme. Para alcançar este resultado, são utilizados linha, prumo e nível para aplicação de referências (chamadas taliscas), inseridas usualmente de 1,5m em 1,5m com a função de apontar a espessura final da camada a ser aplicada para se obter o alinhamento e nivelamento desejado.

As taliscas são peças inseridas sobre a parede que servem como referências de espessura a ser alcançada pela argamassa. Depois da aplicação da argamassa, com o auxílio de uma régua de alumínio ou sarrafo de madeira (não usual mais hoje em dia), a parede tem sua superfície alinhada (a aplicação inicial da argamassa não é uniforme e resulta em pequenos montes da mesma, o processo de alinhar com a régua é conhecido como sarrafear) e posteriormente uniformizada a partir da utilização de desempenadeira. As taliscas são retiradas e o espaço que preenchiam é corrigido com a aplicação de argamassa.

Durante a execução do reboco, para melhorar a trabalhabilidade, plasticidade, aderência e outras características da argamassa, podem ser aplicados complementos e aditivos que alteram sua plasticidade, aderência e uniformidade, como agrofilito, cal ou algum outro aditivo específico.

O resultado do reboco é uma parede uniforme, que apresenta textura característica dos materiais empregados, sendo levemente arenosa ao toque.

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Parede apresentada anteriormente chapiscada, agora rebocada.

Massa fina é uma fina camada de argamassa, geralmente de cimento, cal e areia, com traços com bem mais areia que cimento, como 1:1:6, por exemplo. Tem a função de melhorar a uniformidade do reboco, seu acabamento. É executada com desempenadeira e esponja (molhada) utilizada em obra. Combinação que possibilita que o acabamento fique mais homogêneo e uniforme.

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Parede chapiscada à esquerda e rebocada à direita (emboço e massa fina)

Em alguns casos, a técnica aplicada na massa fina é utilizada diretamente na fase do reboco, molhando a superfície e a esfregando com esponja. Contudo, a etapa de massa fina, isoladamente, gera um resultado com um aspecto um pouco mais “liso”, devido a diferença de traço.

A homogeneidade da superfície influencia no gasto do outros materiais que serão utilizados posteriormente, como a massa corrida durante o processo da pintura. Por outro lado, também leva um tempo considerável a mais para ser alcançada. Algo que deve ser ponderado no processo de planejamento do revestimento.

Durante esta etapa, o telhado e sua estrutura foram iniciados, assunto a ser tratado no próximo texto.


Referências:

NBR 7200:1998. Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento
NBR 13529:2013. Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Terminologia
NBR 13749:2013. Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Especificação


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Arquitetura, marketing de relacionamento e experiência do consumidor

Quer saber como a arquitetura pode ajudar e muito nos seus negócios? Ajudar a alavancar suas vendas e fidelizar clientes a partir do fortalecimento e melhoria da experiência do consumidor?

Quando é falado de relações de troca, independente de ser em ambiente físico ou virtual, existem vários campos do conhecimento que além de agregar valor, são diferenciais ou mesmo premissas para o sucesso.

Estratégias de marketing, técnicas de administração, negociação, dentre várias outras, são constantemente aplicadas, estudadas, discutidas e aprimoradas para identificar, buscar e alcançar as melhores possibilidades de resultado.

A experiência do consumidor abrange a relação que ele tem com uma empresa quando está em contato com ela e com o seu produto, tanto no ambiente físico quanto no virtual, incluindo desde as primeiras impressões ao pós venda. É a percepção do consumidor sobre como uma empresa o trata.

No caso de empreendimentos físicos, envolve a relação do cliente com o ambiente e o relacionamento com a as pessoas envolvidas na experiência, o atendimento. Ou seja, dois pontos chave determinam a experiência do cliente: o ambiente e o relacionamento.

A arquitetura é a principal ferramenta para transformação do espaço físico, afinal é o campo do conhecimento que trata de estudar, planejar e alterar o espaço em função dos interesses humanos.

Para realçar a importância da experiência do consumidor, seguem alguns dados de pesquisas feitas nos EUA desde 2011:

  • 89% dos consumidores pararam de consumir uma empresa depois de vivenciar uma experiência ruim como consumidores (Rightnow Customer Experience Impact Report)
  • 70% dos consumidores citam uma experiência ruim como clientes como razão para não comprar de uma marca (Mckinsey)
  • 89% começam a fazer negócios com um competidor depois de ter uma experiência ruim como consumidores (Customer Experience Impact Report, Oracle)
  • 2% de fidelização de clientes tem o mesmo efeito de abaixar custos em 10% (Leading on the edge of chaos, Emmet Murphy and Mark Murphy)

Fica claro a partir destes dados que as empresas que não investirem em estratégias de marketing de relacionamento, focando na melhoria da experiência do consumidor, ficarão em desvantagem em relação as demais do mercado.

Note que o último dado revela que o efeito de fidelizar 2% dos clientes é comparável a abaixar os custos em 10%, ou seja, o foco na experiência do consumidor é mais que um diferencial, é um investimento muito lucrativo para qualquer empresa.

Isso já ficou tão claro para o mercado internacional que em 2016, 89% das empresas americanas planejavam competir principalmente nas bases da experiência do consumidor (Gartner).

Afinal, existe uma grande relação entre a experiência positiva como consumidor e a possibilidade de negócios futuros:

  • 73% dos consumidores considerariam a empresa para outras compras após uma experiência positiva.
  • Apenas 35% pensariam em mudar para um concorrente.
  • 67% são inclinados a recomendar para um amigo ou colega. (Forrester Research Inc.)

Grandes empresas brasileiras, franquias e afins que estão alinhadas com as tendências internacionais, constantemente estão investindo em proporcionar a melhor experiência possível ao consumidor, por isso, vivem em constante renovação e adaptação.

Já observou como as lojas da Hering são bonitas, funcionais e agradáveis? Como o Bob’s renovou completamente sua linha de identidade visual, aplicando conceitos mais humanizados? (hoje em dia parece mais com um restaurante confortável do que com um fast food mecanizado dos anos 90). Como os ambientes coletivos estão mais humanizados em vários estabelecimentos comerciais (as praças de alimentação parecem mais com salas do que com refeitórios industriais, para ilustrar)?

Conforto e identificação com valores são fundamentais para causar uma boa experiência ao consumidor. E muitas empresas alinhadas com o mercado já perceberam isso.

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Loja da Hering destinada ao público feminino. Transmite com clareza os valores clean e basic da marca.

E a Arquitetura, onde ela entra nessa história?

Arquitetura é o principal campo do conhecimento relacionado à transformação do espaço em função dos interesses humanos. É nela que estão as técnicas estudadas e identificadas ao longo de milênios que relacionam o ser humano ao meio. Por meio das aplicações dos conhecimentos da área, são transmitidos valores, identificação, conforto, posicionamento e vários outros conceitos perceptíveis ao relacionar com um ambiente qualquer.

Para exemplificar, pense em como se sente ao chegar em casa, o que a forma da casa, os móveis, objetos, materiais e afins podem transmitir sobre você? O que te remetem e qual tipo de conforto tem? Memórias, classe social, interesses, gostos.. Agora imagine como as lojas que frequenta ou mesmo a sua empresa (caso tenha uma) transmitem informação sobre elas. Qual imagem passam aos clientes com a iluminação, acabamento, materiais, disposição? como isso tudo favorece ou não uma melhor experiência do consumidor aliado a um bom atendimento? Quais lojas prefere frequentar, as que se sente bem ou tanto faz, como elas te fazem sentir bem e respeitado?

Em qualquer tipo de relação humana, o ambiente é um dos pontos fundamentais para proporcionar uma boa experiência, principalmente por estar diretamente ligado ao conforto e aos valores. E a arquitetura, inclusive por meio da arquitetura de interiores no caso de ambientes comerciais, é a ferramenta ideal para proporcionar um ambiente coerente com a proposta de interesse.

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Ambientação de loja focada em venda de produtos saudáveis. Materiais remetem a elementos naturais e espacialidade é funcional.

O ambiente é tão importante, que até no ambiente virtual, onde as percepções são muito parecidas com as do mundo real, os dados são favoráveis ao design, ao conforto e aos valores.

  • 73% das pessoas preferem consumir conteúdo com design agradável.
  • 94% das primeiras impressões são relacionadas ao design.
  • 48% acredita que design é a razão nº 1 para decidir sobre a credibilidade de um site. (Tyton Media)

Então é por meio do planejamento de um ambiente mais agradável, funcional e coerente com a proposta da empresa que a arquitetura pode ajudar a melhorar a experiência do consumidor, consequentemente , alavancando vendas e fidelizando clientes.

Nesse aspecto, dois conceitos são fundamentais para a arquitetura ser efetivamente positiva na experiência do consumidor: funcionalidade e conforto.

Funcionalidade: o ambiente deve ser coerente com as atividades de interesse e melhorar ao máximo o desempenho dessas atividades dentro da empresa. Desde o armazenamento de mercadorias, exposição delas, circulação no ambiente, setorização, desempenho de atividades (atender, pagar, receber, repor expositores ou prateleiras, atender mesas, qualquer atividade, deixar produtos visíveis e identificáveis), até a segurança ou estética do espaço devem ser planejadas de forma que qualquer atividade demandada possa ser executada da melhor forma possível. A arquitetura deve colaborar com a funcionalidade do espaço.

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Arquitetura funcional de loja de calçados.

Conforto: o conforto é extremamente abrangente, mutável e até subjetivo, contudo, igualmente importante. Existem dois aspectos básicos do conforto: o físico, relacionado ao corpo e a interação dele com o espaço, aos anseios primitivos do ser humano, ligados a sua integridade física, o que vai englobar ergonomia, acessibilidade, salubridade, etc. e o aspecto subjetivo, que varia de acordo com o grupo social e sua cultura, envolve identificação, valores, memórias, etc. Segurança, propriedade, sensação de respeito, familiaridade, beleza e sutileza, são exemplos do aspecto subjetivo do conforto.

“os prédios que admiramos são aqueles que, de diversos modos exaltam valores que pensamos valerem a pena (…) como amizade, bondade, sutileza, força e inteligência. Nosso senso de beleza e a nossa compreensão do que é viver bem estão interligados” (Botton, 2007, p. 98).

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Restaurante com referências confortáveis aplicadas.

O conforto é um ponto chave para trabalhar a identificação do consumidor com o ambiente durante sua experiência como tal (consumidor). A arquitetura do ambiente deve ajudar proporcionar todas as sensações necessárias para identificação correta dos valores a serem transmitidos. Os materiais, acabamentos, iluminação, amplitude de espaços, climatização e vários outros detalhes, devem ser coerentes com a proposta da empresa e a interação das pessoas envolvidas.


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Referências

http://resources.moxiesoft.com/rs/moxiesoft/images/Business_Impact_Of_CX_2014.pdf
https://www.superoffice.com/blog/customer-experience-statistics/

Clique para acessar o Top10CXstats.pdf

http://viverdeblog.com/marketing-de-relacionamento/

Clique para acessar o cust-exp-impact-report-epss-1560493.pdf

http://viverdeblog.com/o-que-e-design/
https://www.tytonmedia.com/blog/51-insane-web-design-statistics-2016/

Etapas da obra #20 – Alvenaria de Vedação 3

Tem sido bastante frisado ao longo dos posts sobre as etapas da obra, a simultaneidade de execução entre alguns elementos, envolvendo mais de uma equipe trabalhando ao mesmo tempo em algumas situações.

A equipe elétrica, hidrossanitária e de mão de obra bruta (pedreiros), eram equipes diferentes com contratos diferentes, de prestação de serviço por obra certa / empreitada. Situação bem eficiente em obras de pequeno porte, como as residenciais unifamiliares.

Por mais que a equipe de mão de obra se envolvesse nos serviços de elétrica e hidrossanitários, rebocando as paredes ou mesmo as quebrando de forma específica para instalação das tubulações, havia liberdade o suficiente para executar serviços simultâneos aos executados pelas demais equipes. Se isso não ocorresse, não faria sentido manter as equipes da forma que foram mantidas e nem seria uma situação vantajosa. Acabaria trazendo mais investimento do que retorno.

Como alternativa a manter as equipes independentes trabalhando, é possível contratar apenas o profissional específico (da área elétrica ou hidrossanitária como no caso) e colocar a equipe de mão de obra bruta para trabalhar em função deste serviço, trabalhando de forma sequencial ao invés de simultânea. Ou seja, certas etapas deveriam estar totalmente executadas antes do início da etapa seguinte. Situação bastante comum.

No caso, os serviços hidrossanitários puderam ser executados externamente e no segundo pavimento enquanto o primeiro pavimento era vedado pela alvenaria. Por isso, à medida que as instalações hidrossanitárias eram instaladas, os serviços seguiram normalmente, algo que era difícil abordar simultaneamente nos posts anteriores, já que a organização entre os assuntos de cada etapa é um objetivo.

Após a instalação das lajes, já foi iniciada a etapa de vedação no primeiro pavimento, que havia sido organizada para ser executada neste momento, dando dinâmica contínua ao processo construtivo. A estrutura reticulada executada com formas apoiadas por escoras ao invés de apoiadas sobre paredes, permitiu isso. Decisão tomada previamente com expectativa de retorno no tempo de execução.

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Marcação e elevação das paredes do primeiro pavimento.

O primeiro pavimento em questão é um andar mais amplo e com o conceito aberto, havendo poucas paredes internas e várias esquadrias com ampla abertura para as áreas externas, permitindo muita iluminação. Por isso foi uma etapa de rápida execução.

Em termos de ambientes, além das paredes externas, claro, foram executados um lavabo interno, uma despensa, a área de serviço e um lavabo externo. O espaço entre as paredes externas e estes mencionados, formaram os demais ambientes, sala ampla e cozinha. A área de lazer seria apenas coberta.

Com as instalações hidrossanitárias em andamento, as paredes seguiram as etapas de execução conforme descritas nos posts de alvenaria de vedação 1 e 2.

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Execução das vergas dos vãos.

Uma peculiaridade nesta situação em relação às portas para as áreas externas, é que os vãos eram de dimensões bastante consideráveis. Por isso, as vergas destas eram praticamente vigas auxiliares (não deixam de ser de fato), que foram estruturadas com treliças metálicas ou armação específica, amarrada in loco.

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Vista da sala, enfatizando os vãos, vergas e encunhamento.

Como a altura dos vãos era pouco acima do padrão, entre a contraverga e a viga da estrutura principal, ficou um espaço a ser preenchido com tijolos.

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Verga, vedação e encunhamento sobre vão de esquadria.

O encunhamento, que é o preenchimento do espaço entre a última fiada de tijolos e a estrutura acima (uma viga ou mesmo uma laje), fica bem evidente nas duas últimas imagens deste post.

A partir desta etapa, se inicia o revestimento das paredes. Inclusive, quando a alvenaria do primeiro pavimento começou a ser executada, o revestimento no segundo pavimento já havia sido iniciado. Este assunto será tratado no próximo post.


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Etapas da obra #19 – Instalações hidrossanitárias 2

No post #18 foram abordadas as instalações hidrossanitárias e suas ligações externas, com as redes públicas de esgoto, água pluvial e água fria.

Neste são apresentadas as ligações internas, posicionamento das caixas de passagem, encanamento de esgoto sanitário, instalações de água fria e afins.

Na obra de estudo em acompanhamento, após as instalações externas, as redes mencionadas acima começaram a ser instaladas.

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Inicialmente foram colocadas as caixas e canos do esgoto sanitário nos banheiros e lavabos, bem como as instalações da área de serviço. As instalações deste tipo possuem maiores dimensões, no caso foram utilizados principalmente tubos de 100mm de diâmetro para os ramais principais onde geralmente está conectada a bacia sanitária e derivações de menor diâmetro para pias, ralos dos chuveiros, etc.

As dimensões específicas são previstas em norma e devem ser dimensionadas no projeto complementar destinado a estas instalações.

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Tubulação de esgoto

Existem algumas questões sobre as instalações que valem a pena ser observadas. Uma delas é a perfuração da laje durante o processo de instalação das tubulações citadas, principalmente as perpendiculares à laje (verticais).

É um processo possível e bastante comum, principalmente em obras de pequeno porte, então não há um erro de fato neste processo, contudo, esta perfuração deve ser feita com cuidado, seguindo instruções prévias de projeto e evitando ao máximo comprometimento da estrutura.

Não obstante, é possível posicionar e amarrar as tubulações antes da concretagem das estruturas e da laje. Nas vigas e pilares, estendendo às paredes é um pouco mais simples, mas não deixa de ser possível na laje.

No caso da obra em questão, como já foi mencionado, várias instalações elétricas e hidráulicas foram previamente posicionadas para racionalizar, dinamizar o processo e evitar problemas futuros. Por outro lado, dado o porte da obra, algumas tubulações também foram deixadas para ser instaladas apenas posteriormente, gerando intervenção na laje entre os pavimentos e cobertura.

Um exemplo é a tubulação de escoamento de águas pluviais, que desceu por alguns pontos dentro da casa ou na área de lazer (onde não atravessou laje de cobertura mas atravessou o piso)

Nos pontos em que a laje é perfurada para passagem de alguma tubulação a mesma é amarrada e posteriormente há uma nova concretagem ao redor do tubo, reconstituindo e preenchendo o espaço feito para a passagem deste.

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Instalações de esgoto, água fria e água quente

À medida que as instalações de esgoto vão sendo instaladas, bem como as de água pluvial que tenham alguma interferência na área interna da edificação, ou que não tenham sido posicionadas anteriormente, são instaladas as tubulações de água fria e quando houver, também as de água quente, como pode ser visto na imagem acima.

No caso das últimas mencionadas, no tipo de alvenaria escolhido é necessário quebrar o percurso destas, as instalar e depois preencher com concreto. Blocos de concreto, por exemplo, são uma alternativa que gera menos entulho e desperdício de material se comparados aos tijolos de barro cozido, contudo esta opção requer um projeto detalhado do posicionamento dos tijolos que seja compatibilizado com os projetos complementares para dar o retorno esperado em eficiência, economia e sustentabilidade.

Como os blocos de concreto são ocos é bastante prático passar as instalações verticais entre eles.

Note que cada tipo de instalação de água possui registro próprio. Estes e outros detalhes devem ser previstos em projeto. Isso gera economia, racionalização do processo e segurança.

Durante a execução das instalações hidrossanitárias, a alvenaria de vedação do primeiro pavimento teve sua execução iniciada e esta fará parte do próximo post.


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Etapas da obra #18 – Peculiaridades, platibanda e instalações hidrossanitárias 1

Ao termino da concretagem da laje, ainda havia pendente a finalização da concretagem das vigas invertidas existentes na estrutura da laje de cobertura do segundo pavimento. Assim, logo que foi possível movimentar sobre a laje após a cura inicial, as vigas em questão, que são uma peculiaridade da estrutura da casa, foram concretadas.

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Vigas invertidas enformadas para serem concretadas

Estas vigas, apresentadas no texto #17, foram assim idealizadas para sustentar e distribuir as cargas da caixa d’água e para que a laje da suíte fosse uniforme, sem requerer necessidade de utilização forro de rebaixamento com o fim de esconder essas vigas, correspondendo ao restante do pavimento.

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Paralelo à concretagem das vigas mencionadas, outros processos foram iniciados: execução da platibanda e execução das instalações hidrossanitárias.

Em resumo, a platibanda nada mais é que uma elevação executada ao redor do telhado com o fim de escondê-lo. Como um pequeno muro ou uma mureta contornando todo o perímetro da edificação para esconder o telhado. Pode ser executada de diversos materiais, o mais comum no Brasil é a alvenaria, já que este é o material mais empregado na construção das edificações, contudo, é possível encontrar platibandas de outros materiais, como steel frame vedado com placas cimentícias, wood frame, até metálicas, em galpões, por exemplo. O que caracteriza de fato a platibanda é esconder o telhado, independente de material ou variações na forma.

Nota: Em outros períodos da história, houve adoção da ornamentação nas platibandas, correspondendo às características da arquitetura utilizada no restante da edificação. Já hoje, é comum que sejam lineares, sem adornos, assim como as edificações. Tendência da arquitetura desde o modernismo.

Sua execução, quando feita de tijolos, que foi a opção na edificação de estudo, segue o processo de uma alvenaria qualquer: marcação e elevação, sem o encunhamento no caso (por motivos óbvios). É conferido o posicionamento, alinhamento, esquadro e nivelamento para execução da primeira fiada, então as fiadas seguintes são executadas. O processo pode ser conferido com mais detalhes no texto #14, que tratou do assunto.

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Platibanda em execução.

A cobertura escolhida para a edificação foi a cobertura de telhas metálicas galvanizadas, com estrutura metálica e embutida na platibanda. O principal motivo foi a coerência com o estilo da casa, contudo o custo benefício também foi levado em consideração, uma vez que este tipo de cobertura geralmente tem um custo de instalação menos elevado que o de telhas cerâmicas. Este assunto será tratado no post específico à esta etapa.

Ao passo que os trabalhos acima eram executados, uma equipe complementar iniciou a instalação do sistema hidrossanitário. Primeiramente com as tubulações externas, com ligação direta com a rede pública e depois com as ligações internas à casa.

Esta equipe, especializada neste tipo de instalação, supervisionada por um bombeiro hidráulico, foi contratada para dinamizar a execução dos serviços da obra, uma vez que atividades distintas puderam ser executadas ao mesmo tempo.

Outro motivo foi a garantia da qualidade do serviço com a utilização de mão de obra especializada, capacitada a seguir as especificações de projeto conforme calculadas pelo engenheiro civil responsável pelo mesmo.

Ou seja, o custo benefício da decisão foi pautado num equilíbrio entre tempo, recursos e qualidade. Critérios importantes a serem considerados em qualquer processo de gestão.

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Instalações hidrossanitárias: Tubulação de esgoto e caixas de passagem / inspeção.

O processo é iniciado com a escavação das valas que vão abrigar os tubos e caixas de passagem, então com a utilização de piquetes e linhas de referência, são calculadas e conferidas as inclinações necessárias, previamente especificadas em projeto.

Obs: As principais informações referente ao assunto são dadas pelas NBR 8160 – Sistemas prediais de esgoto sanitário – projeto e execução e a 5626 – Instalação Predial de água fria.

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Linha de referência para instalação da tubulação hidrossanitária.

Com as valas escavadas, as tubulações são posicionadas, ligadas entre si, ligadas aos tubos que foram previamente posicionados passando pela estrutura da edificação, ligadas à rede pública referente ao uso (esgoto ou pluvial, por exemplo) e em seguida cobertas.

Obs: durante a execução da estrutura, foram posicionados os tubos destinados a cada tipo de instalação, atravessando esta estrutura antes da concretagem para evitar quebra posterior. Um outro detalhe é que os tubos são instalados diretamente no solo.

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Caixa de passagem da rede de água pluvial.

É importante ressaltar que as redes de água fria, esgoto e água pluvial são separadas e tem destinos próprios de ligação com a rede pública. Elas não se misturam. Inclusive, em caso de obras específicas, como as de grande porte ou mesmo edifícios residenciais, onde são constantemente aparentes e inspecionadas, possuem padronização de cor própria (conteúdo da NBR 6493 – Emprego de cores para identificação de tubulações – procedimento).

Após a instalação da parte externa à edificação das redes , foram feitas as instalações da parte interna à edificação da rede hidrossanitária. Assunto que será exposto no próximo post das etapas da obra, juntamente com a alvenaria de vedação do primeiro pavimento.


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Banheiro Tarcísio – 2009

Este projeto elaborado em parceria com a arquiteta Letícia Almeida, foi destinado à reforma do banheiro da suíte do cliente com o intuito de deixar o ambiente com características mais interessantes ao mesmo, uma vez que antes se tratava apenas de um banheiro branco, neutro, com hidromassagem e bancada de granito entregue pela construtora, com poucas características que possibilitassem identificação e conforto do ponto de vista do proprietário.

Linhas, cores e design que propusessem características mais masculinas, contemporâneas e sofisticadas, sem deixar de ter um toque de leveza, conforto e suavidade, foram o escopo da demanda e consequentemente, a linha de trabalho.

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Para alcançar o objetivo, a proposta apresentada trabalhou então com linhas retas e contemporâneas, contraste entre claro e escuro, iluminação de destaque e uma mistura de materiais frios e sofisticados com materiais rústicos e de referência confortável, como o mix de pastilhas de vidro em tons de cinza e preto (possuem brilho), a madeira da bancada e o concreto no piso (porcelanato fosco com acabamento de cimento queimado), que trouxe suave neutralidade ao mesmo (o piso), deixando o destaque para as pastilhas e demais materiais, sem deixar de complementar a paleta do ambiente.

Obs: como foi proposta uma bancada de mdf revestido com lâmina de madeira, foi utilizado um mdf mais resistente à umidade e a lâmina de madeira foi impermeabilizada, para dar mais durabilidade ao produto que poderia ter contato frequente com a umidade. Uma alternativa para manter o acabamento do material, seria apoiar um vidro incolor entre a bancada e as louças ou utilizar madeira maciça.

BANHO 02

As louças e os metais de linhas retas e sofisticadas, com detalhes que trazem destaque desde o próprio design, como o chuveiro punto, de embutir, com iluminação própria, ou a bacia sanitária link, ou ainda a bancada com duas cubas retangulares com metais da linha quadratta, da deca, tiveram papel fundamental para compor o ambiente.  A suavidade das linhas foi complementar aos materiais utilizados, deixando que todos os elementos pudessem oferecer suas características singulares e, ao mesmo tempo, trabalhar de forma conjunta e harmoniosa, proporcionando os devidos destaques para alcançar o objetivo pretendido.

Na janela, uma cortina romana foi proposta para controlar a iluminação externa, exposição e dar um toque extra de referência confortável.  A janela existente não poderia ser alterada em nenhuma circunstância.

Por fim, a iluminação teve o papel de unir todos os elementos e materiais, possibilitando que cada um tivesse o destaque e o contraste de interesse.

D:GabrielPROJETOS906 - Tarciso ResendeAnte_Projeto_R04 Layo

A distribuição espacial do ambiente foi mantida. O espaço de circulação e o posicionamento dos pontos hidrossanitários, eram favoráveis às mudanças de interesse. O maior objetivo era dar identidade e alcançar o conforto desejado pelo cliente. A planta do anteprojeto facilita a interpretação da distribuição mencionada.


Referências externas:
1 – http://www.punto.com.br/index.asp
2 – http://www.deca.com.br/


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Etapas da obra #17 – Laje do segundo pavimento e concretagem

Assim como ocorre no processo de execução da laje do primeiro pavimento, a laje do segundo envolve vários aspectos simultâneos e peculiares que devem ser observados durante o trabalho, desde a montagem até a concretagem.

As diferenças de meio, opções de sistemas e materiais de cada pavimento e até mesmo sua relação de altura ao solo, influencia no trabalho de montagem.

A gestão do processo antes, durante e depois deve ser pensado a fim de alcançar a melhor dinâmica de trabalho para gerar fluidez e alcançar os resultados esperados desde a etapa de projeto.

Para que este post não fique muito parecido com o que trata da laje do primeiro pavimento, uma abordagem um pouco diferente será adotada, com informações novas, focando no que há de diferente no processo para a laje do segundo pavimento. Assim, os textos etapas da obra #12 e #13 podem ser consultados e complementados com este.

No segundo pavimento, a opção de laje também foi a pré moldada com enchimento de EPS (isopor). Contudo, várias peculiaridades diferenciam o planejamento e a montagem da laje do primeiro para a laje do segundo (a de cobertura), mesmo que estas sejam sobrepostas: não exite vão para a escada, existem vigas invertidas previstas no projeto, existem paredes de divisão nos quartos, existe corredor, as orientações das vigotas da laje de cada ambiente tem uma orientação diferente da usada no laje inferior, as instalações elétricas e hidrossanitárias tem relação de interação diferente, a laje será montada num pavimento mais longe do solo (influencia da logística de montagem e circulação), dentre vários outros pormenores que devem ser previstos e muito bem observados para garantir um serviço eficiente e eficaz.

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Formas de contenção da laje.

Obs: Por mais que esteja sendo apresentada a laje do segundo pavimento como um sistema único, tecnicamente, cada ambiente possui uma laje com orientação e dimensões calculadas separadamente, mesmo que estas, juntas, formem a laje do pavimento. No cálculo do projeto estrutural, as lajes são separadas em L1, L2, L3… etc. e no caso das lajes pré moldadas, tem orientação das vigotas em função das dimensões do ambiente, sendo dispostas no sentido que oferecem maior resistência (geralmente transversal ao maior comprimento).

Todos estes detalhes e peculiaridades expostas, reforçam mais uma vez a importância de um planejamento completo, com o maior número de informações possíveis para melhor orientar a execução e evitar decisões erradas, imprecisas ou mesmo perigosas. Erros nãos são vantajosos nem desejados. Por isso, além do projeto arquitetônico, os projetos complementares (estrutural, hidrossanitário e elétrico, no caso), são extremamente válidos para assegurar as melhores decisões, otimizar o processo e ainda economizar com segurança.

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Estocagem organizada de material durante montagem da laje.

Decisões prévias facilitaram toda a execução do segundo pavimento e isso refletiu na fluidez do processo todo de execução dele, o que inclui a laje. A escada, por ter sido executada juntamente com a laje do primeiro pavimento (é comum não ser), facilitou a mobilidade na obra e o transporte de materiais. Os próprios elementos da laje puderam ser estocados e/ou diretamente montados em seu local de destino. Parece um detalhe pouco importante, mas o tempo gasto para ir de um pavimento ao outro por escadas complementares, de madeira, por exemplo, é algo significativo.

Escadas pré moldadas como de metal ou mesmo de concreto, nem sempre são instaladas durante a execução de uma laje, são apoiadas nela e noutros elementos, então esta já precisa estar pronta na maioria dos casos. As pré moldadas geram muita agilidade e facilidade de instalação, mas precisam de um planejamento inteligente de montagem para trazer a vantagem esperada sem causar problemas inesperados (ser danificada durante a obra e afins).

Dentre as peculiaridades do segundo pavimento, foi citada a existência de vigas invertidas, estas influenciam na montagem, da laje, uma vez que necessita de formas e escoramento diferenciado.

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Escoramento da laje e da forma da viga invertida.

Outro ponto importante é que a existência das paredes altera a forma de trabalhar e de dispor os escoramentos.

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Escoramento da laje.

A montagem da laje em si, o trabalho se deu da seguinte forma: foram dispostas as vigotas, juntamente com os enchimentos de isopor dentro dos limites das formas de contenção (do concreto), disposta e amarrada a armação prevista e então foram posicionadas e amarradas as instalações elétricas e hidrossanitárias em questão (para não sair do lugar). Montada a laje a concretagem pôde ser iniciada.

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Posicionamento e amarração dos elementos da laje (armação) sobre a caixa de escada.

Obs: no segundo pavimento, os elementos de iluminação são dispostos diretamente na laje (embutidos), bem como os de elétrica referente à iluminação. No primeiro, por haver rebaixamento previsto, não há caixas de iluminação embutidas na laje.

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Elemento embutido na laje: caixa de iluminação.

O concreto foi dosado em central, com resistência prevista em projeto e bombeado para preenchimento da laje. O processo é o mesmo descrito com detalhes no texto etapas da obra #13, que pode ser consultado aqui. Este, foi supervisionado pelo mestre de obras responsável pela empreitada, que garantiu que os elementos se mantivessem em seu lugar e viessem a cumprir o papel previsto em projeto.

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Concretagem da laje por bombeamento de concreto dosado em central. Ao fundo: Viga invertida.

Por ser na cobertura do segundo pavimento e a escada não seguir mais um nível, o acesso para a concretagem foi feito através de andaimes.

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Andaime para acesso à cobertura da laje.


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Etapas da obra #16 – Estrutura do segundo pavimento

Após o processo de elaboração dos vãos das portas, esquadrias e demais aberturas nas paredes da obra em questão, os elementos estruturais do segundo pavimento começaram a ser executados: pilares, vigas, cintamento para recebimento da laje de cobertura (não deixa de funcionar como viga), as ligações entre elas, etc.

As armações foram amarradas, posicionadas, as formas dos elementos estruturais foram executadas e posteriormente preenchidas com concreto.

No segundo pavimento, diferente do primeiro, as paredes foram aproveitadas como base inferior das formas dos elementos estruturais. Esta opção teve o intuito de economizar tempo (mantendo a continuidade dos serviços) e aproveitar a maior parte possível da madeira utilizada até então (madeira das formas executadas na estrutura do primeiro pavimento).

Observação: Na verdade, uma parte da alvenaria do segundo pavimento trabalha de forma estrutural, a qual recebe cargas das vigas que compõem o cintamento que suporta e distribui as cargas da laje para os elementos do segundo pavimento. Outro detalhe é que parte da estrutura do segundo pavimento (as amarrações dos pilares) foi executada juntamente com a elevação da alvenaria. Lembrando que toda a execução da obra segue projeto estrutural devidamente elaborado por um profissional capacitado.

O primeiro passo foi a amarração das armações estruturais dos pilares às esperas deixadas para ligação com a estrutura do andar inferior. Esta etapa foi executada de forma simultânea à elevação da alvenaria, que serviu de “forma” em duas das laterias para os pilares.

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Amarração da estrutura dos pilares.

Em seguida, as armações das vigas foram executadas (amarradas no canteiro de obras ao invés de compradas, dando continuidade de ações ao serviço) e posicionadas.

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Posicionamento da armação para execução das formas.

As formas foram então executadas para a concretagem das estruturas que posteriormente receberia a laje de cobertura. Onde haviam vãos grandes e sem apoio, as formas foram executadas integralmente, apoiadas sobre escoras.

Note na imagem abaixo a forma executada sobre a parede ao fundo, aproveitando a última como base para concretagem.

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Escoramento das vigas do segundo pavimento, posicionamento das armações e execução das formas.

Na imagem abaixo é possível ver à esquerda, a viga sobre um vão concretada até o ponto de união com a laje e escorada, ao fundo existe uma viga invertida que será concretada posteriormente com a laje e à direita, a viga sobre a parede já concretada e desenformada.

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Durante a concretagem das estruturas, várias paredes foram chapiscadas, iniciando a etapa de revestimento das mesmas para ganhar tempo. Assunto que será apresentado futuramente, em outro post.

A estrutura do segundo pavimento possui alguns aspectos executivos diferentes aos utilizados nos processos do primeiro pavimento. Um ponto interessante foi a adoção da concretagem em duas etapas, utilizando/gerando junta de concretagem, geralmente não incentivada em várias situações mas, ainda assim permitida.

A junta de concretagem nada mais é que a emenda gerada pela continuação de uma concretagem prévia, já seca, interrompida por alguma razão ou programação prevista em plano de concretagem. É abordada na NBR 14931, que trata da execução de estruturas de concreto armado – procedimento (principalmente no item 9.7 – juntas de concretagem), com referência também na NBR 6118, que trata do projeto de estruturas de concreto armado – procedimento. Sua execução segue as orientações de aderência e adensamento descritas no itens pertinentes das normas citadas. (leitura muito indicada).

Para mais informações sobre as juntas de concretagem consulte referência neste link e consulte as NBRs citadas (principalmente o item 9.7 da NBR 14931, que descreve bem o processo porém, não cabe aqui transcrição).

O procedimento em si, é bem parecido com o de ligação de algumas estruturas pré moldadas e a laje fica engastada na viga ao final do processo, como se tivessem sido concretas juntas em apenas uma etapa.

OBs: Apesar de ser bem comum nas práticas construtivas do dia a dia, vale frisar que a NBR incetiva que o processo de concretagem seja, preferencialmente, elaborado em apenas uma etapa. Mesmo que disponha condições para a prática das chamadas juntas de concretagem.

A viga invertida mencionada anteriormente no texto, se situa logo acima do bloco dos banheiros sociais (lavabo no primeiro pavimento e banheiro social no segundo) e parte da suíte, fazendo parte do trecho estrutural que fica abaixo da caixa d’água. Esta opção de viga foi adotada para evitar interferência na uniformidade da laje de cobertura do segundo pavimento (isto do lado interno do ambiente), principalmente pelo fato de não haver previsão de rebaixamento na área dos quartos no segundo pavimento.

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Posicionamento da viga invertida sobre o banheiro social do segundo pavimento.

O passo seguinte ao processo apresentado até então, é o posicionamento da laje (pré moldada no caso) e sua concretagem. Assunto a ser tratado no post seguinte.


Referências externas:

  1. http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/como-fazer-a-aderencia-entre-concreto-novo-e-velho-possivelmente-83807-1.aspx
  2. NBR 14931 – Execução de estruturas de concreto armado – procedimento
  3. NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto armado – procedimento

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Etapas da obra #15 – Alvenaria de Vedação 2

Este post é a continuação do tópico Alvenaria de Vedação e trata das aberturas e vãos executados nas paredes.

Durante a elevação das paredes da alvenaria, haverão várias situações de aberturas nas mesmas. Portas, janelas, esquadrias fixas, aberturas para instalações de aparelhos, etc.

Independente da função da abertura, a mesma representa um ponto de interrupção na amarração dos tijolos da alvenaria, seja ela estrutural ou apenas de vedação. Esta interrupção gera uma fiada sem apoio na parte superior da abertura e compromete toda estrutura da parede acima dela, demandando assim, a execução de um apoio na parte superior do vão para suporte e redistribuição das cargas, estabilizando o sistema. Este apoio, pode ser feito tanto reticulado ou em forma de arco. A estrutura complementar mencionada, quando reticulada, é conhecida como verga.

No caso das janelas, existe também a contraverga, que suporta e redistribui as cargas na parte inferior do vão, abaixo das esquadrias. Tornando todo o sistema do vão, mais eficiente e estável.

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A estrutura tanto da verga quanto da contraverga, excedem o vão pretendido tanto para apoiar nos tijolos laterais, quanto para redistribuir as forças de forma mais eficaz e evitar fissuras nas diagonais do espaço aberto.

Estes elementos podem ser executados: de concreto armado, moldados in loco através de formas (opção adotada na obra apresentada), moldadas in loco através de blocos canaleta estruturados com aço (bem comum em alvenaria estrutural), ou pré moldados.

Para execução do vão de janelas, primeiramente é executada a contraverga e assim que a mesma tem cura o suficiente, o assentamento dos tijolos da alvenaria é feito até o ponto de execução da verga, quando a mesma é escorada e executada, seja com formas, blocos canaleta ou pré moldadas (neste caso não precisa ser escorada).

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A partir da verga, o assentamento da alvenaria prossegue até o encunhamento (acabamento do preenchimento do encontro da ultima fiada da parede com a estrutura) ou até a última fiada pretendida (para utilização da mesma como base inferior para execução do cintamento).

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Portas, demais vãos de passagem, ou de esquadrias fixas sem peitoril, tem sua alvenaria elevada até o ponto desejado, forma executada e escorada e então a verga executada (ou pré moldada).

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Um detalhe importante a ser observado durante a execução das vergas para portas e vãos de passagem, é considerar na soma da altura final do vão, a medida do contrapiso a ser executado.


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Sala Leonardo e Lilian – 2015

Este projeto de interiores de 2015 consistiu da elaboração de projeto de interiores para sala de estar e jantar do casal.

O escopo incluiu layout, desenho de móveis personalizados, iluminação e troca de revestimentos.

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A sala de 2 ambientes deveria, a partir da demanda, cumprir as funções de estar/tv e jantar, atendendo também um espaço para trabalho, possibilidade de armazenamento de alguns itens de interesse do casal, possibilidade de receber visitas e com disposição livre favorável para uma criança poder brincar.

Esteticamente, a opção foi utilizar linhas contemporâneas com algumas referências rústicas e aconchegantes nos materiais.

O piso cerâmico foi substituído por um piso vinílico com acabamento madeirado, que funciona como um piso quente de aspecto confortável. As paredes trabalharam com a neutralidade do branco e deram espaço para que os móveis chamassem atenção com contrates harmoniosos entre claro e escuro.

A disposição espacial trabalhou o aproveitamento das instalações existentes na casa (elétricas e cabeamentos) para definir os dois ambientes desejados (estar e jantar) e entre eles foi caracterizada uma transição através de duas bancadas/aparadores com bancos de madeira que pode atender tanto ao ambiente de jantar quanto ao de estar.

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No ambiente de estar, a parede da televisão foi destacada com um revestimento de tijolos quadrados que teve como função trazer um pouco de rusticidade a partir do material e contrastar com a leveza das linhas retas dos móveis: painel da televisão, bancada, armário e gaveteiro.

A bancada sob o painel da televisão foi desenhada para apoiar os aparelhos eletrônicos e para servir como espaço de trabalho / estudo. Para que o espaço possuísse dimensões mais confortáveis, a televisão foi descentralizada.

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A iluminação foi planejada a partir do rebaixamento do forro, onde foram colocados plafons e spots, bem como duas sancas num segundo rebaixamento entre os ambientes.

No ambiente de jantar, a mesa foi complementada com um aparador com traços modernos, que também permite armazenamento de itens do dia a dia e uma cristaleira rústica cumpriu a função de armazenamento de itens de interesse do casal, sendo também parte da decoração.

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Para dar profundidade ao ambiente, um espelho grande formado por 6 espelhos menores, com as quinas bisotadas foi desenhado para ser colocado numa das paredes.

Outra das paredes recebeu iluminação de destaque para realçar quadros que podem ser fixados nela.


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